Ex-vice da Bolívia segue caminho de Morales e pede refúgio na Argentina

O governo de Alberto Fernández recebeu Álvaro García Linera nesta sexta-feira (13). O ex-vice de Morales recebeu autorização para permanecer em Buenos Aires nesta quinta (12)

  • Por Jovem Pan
  • 13/12/2019 16h04
Los Tiempos / Reprodução García Linera, ex-vice-presidente da Bolívia

O ex-vice-presidente da Bolívia Álvaro García Linera chegou nesta sexta-feira (13) à Argentina e pediu refúgio ao governo de Alberto Fernández, seguindo os passos de Evo Morales, que nesta quinta (12) recebeu autorização para permanecer em Buenos Aires.

Fontes do Ministério das Relações Exteriores e da Polícia Aeroportuária da Argentina confirmaram García Linera desembarcou no aeroporto de Ezeiza, que recebe os voos internacionais que chegam a Buenos Aires, na noite desta quinta, horas depois de Morales pousar.

O novo chanceler da Argentina, Felipe Solá, também confirmou que García Linera desembarcou. Morales e o vice-presidente da Bolívia deixaram a Bolívia há um mês depois de terem sido obrigados pelas Forças Armadas a deixar seus cargos e se refugiaram inicialmente no México.

Ontem, Morales estava acompanhado por Gabriela Montaño, ex-ministra de Saúde da Bolívia. Outros dois funcionários do governo do Movimento ao Socialismo (MAS) que pediram refúgio à Argentina foram o ex-chanceler Diego Pary e o ex-embaixador do país na ONU Sancha Llorenti.

Em entrevista, Solá disse nesta sexta que os cinco bolivianos apresentaram um pedido de refúgio, que tem status jurídicos diferente da condição de asilado político.

Segundo o chanceler da Argentina, o país concede refúgio àqueles que vivem sem segurança em seus países de origem. Já o asilo é só para pessoas contra as quais há pedidos de extradição expedidos pelos respectivos governos.

Solá reiterou que a legislação argentina proíbe os refugiados de fazer declarações políticas, regra que Morales desrespeitou nesta quinta ao postar mensagens no Twitter. Haveria também um acordo do ex-presidente boliviano com Fernández para evitar esse tipo de pronunciamento.

“Nos referimos a declarações públicas. Do ponto de vista pessoal, cada um pode fazer política normalmente”, pontuou o ministro.

O chanceler reiterou que Fernández, que tomou posse na última na terça (10), não reconhece o governo interino de Jeanine Áñez. A senadora substituiu Morales no poder após a renúncia do ex-presidente e convocou novas eleições na Bolívia, ainda sem data marcada para ocorrer.

“Não reconhecemos o governo boliviano atual. É um governo de fato, mas reconhecemos que deve haver eleições”, disse Solá.

*Com informações da EFE

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