Filipinas e Rússia iniciarão simultaneamente testes clínicos da vacina contra a Covid-19

A fase 3 deve durar até março de 2021 e será totalmente financiada pela Rússia, que vai oferecer o composto para o governo filipino de forma gratuita

  • Por Jovem Pan
  • 13/08/2020 10h47
REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo Mulher olhando frasco de vacina contra Covid s Filipinas são agora o principal foco do coronavírus no Sudeste Asiático com mais de 143 mil casos, incluindo 2,4 mil mortes

As Filipinas e a Rússia iniciarão de forma simultânea, no mês de outubro, os testes clínicos da vacina russa contra a Covid-19, conforme revelou nesta quinta-feira o governo filipino de Rodrigo Duterte. Os testes da fase 3 devem durar até março de 2021 e serão totalmente financiados pela Rússia, esclareceu o porta-voz da presidência filipina, Harry Roque. O governo filipino espera registrar a vacina junto à agência federal do Departamento de Saúde do país até abril, disse Roque. Os testes clínicos de fase 3, de acordo com a agência, envolvem de “300 a 3 mil voluntários com a doença ou condição” e têm como objetivo testar a eficácia e monitorar reações adversas aos medicamentos. O presidente Duterte disse na segunda-feira, 10, que havia aceitado a oferta do mandatário russo para fornecer gratuitamente a vacina russa nas Filipinas, horas antes do anúncio da Rússia de que havia registrado a primeira vacina contra Covid-19. A vacina, apelidada de Sputnik – como o primeiro satélite de sucesso na corrida espacial da Guerra Fria – foi desenvolvida pelo instituto de pesquisa Gamaleya, em coordenação com o Ministério da Defesa do país.

Duterte afirmou possui total confiança na eficácia da vacina russa, que considerou “um bem para toda a humanidade”, e declarou que seria o primeiro a aplicá-la publicamente quando estiver pronta. As Filipinas são agora o principal foco do coronavírus no Sudeste Asiático com mais de 143 mil casos, incluindo 2,4 mil mortes, e Duterte sugeriu em mais de uma ocasião que o país não será capaz de voltar ao normal, com o início do ano letivo, a reativação total da economia e a reabertura das fronteiras, até que não haja vacina disponível. No passado, o presidente também garantiu que quando houvesse uma vacina, as comunidades mais pobres seriam as primeiras a serem imunizadas, o que levantou suspeitas entre alguns filipinos, que nas redes sociais declararam que os pobres serão utilizados como cobaias para a vacina russa.

*Com informações da EFE

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