França suspende todos os voos ao Brasil devido à variante de Manaus

Decisão anunciada pelo primeiro-ministro Jean Castex nesta terça-feira, 13, representa uma mudança de opinião do governo francês, que até o momento era contrário à interrupção das ligações aéreas

  • Por Jovem Pan
  • 13/04/2021 11h59 - Atualizado em 13/04/2021 12h41
EFE/EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON Avião da Air France decola no Aeroporto de Roissy, nos arredores de Paris Anteriormente, passageiros vindos do Brasil podiam entrar na França com uma justificativa e resultado negativo para a Covid-19

O primeiro-ministro da França, Jean Castex, anunciou nesta terça-feira, 13, a suspenção por tempo indeterminado de todo os voos que ligam o país ao Brasil devido às preocupações relacionadas com a variante do novo coronavírus P.1, que foi detectada pela primeira vez em Manaus e está associada a maior transmissibilidade e letalidade da doença. “A situação no Brasil é absolutamente dramática e o perigo da variante em questão nos coloca dificuldades reais”, garantiu Castex aos deputados, antes de acrescentar que “a situação está piorando” no país da América Latina. A medida deve ser aprovada pela Assembleia e Senado antes de entrar em vigor na quarta-feira, 14, e seu anúncio representa uma mudança de opinião do governo francês, que até o momento era contrário à suspensão das ligações aéreas. Até então, todos os passageiros que chegavam do território brasileiro tinham que apresentar uma razão de extrema necessidade que justificasse a viagem, um resultado negativo para um teste RT-PCR realizado nas últimas 72 horas e ainda fazer um novo exame de antígeno quando chegasse ao aeroporto francês.

Por enquanto, a variante brasileira representa apenas 0,4% das infecções na França, bem abaixo dos quase 4% da sul-africana e 82% da britânica, segundo dados oficiais. Mas, apesar da presença da variante brasileira ser minoritária na França, o governo do presidente Emmanuel Macron já vinha sendo pressionado por políticos de oposição e profissionais da saúde a adotar a proibição total de voos. Entre eles está Remi Salomon, presidente da comissão médica da Associação Pública de Hospitais de Paris, que alertou que a cepa brasileira é “provavelmente mais resistente às vacinas e mais contagiosa do que a cepa inicial”, ao mesmo tempo em que defendeu como única solução para prevenir sua propagação era “suspender voos com o Brasil”.

*Com informações da EFE

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