França tem segundo dia de greve geral contra reforma da Previdência

  • 06/12/2019 08h47
EFE Na quinta-feira (5), cerca de 806 mil pessoas se manifestaram em mais de 250 pontos do país

Após viver um dia de manifestações contra a reforma da Previdência – que contou com mais de 250 protestos e 806 mil pessoas nas ruas em todo o país -, a França enfrenta, nesta sexta-feira (6), seu segundo dia de greve geral. Os sindicatos protestam contra o plano do governo de substituir os atuais 42 regimes de aposentadoria por um sistema de pontos em que cada euro contribuído confere direitos iguais a todos.

Hoje, os setores mais afetados são os da educação e dos transportes. Apenas uma em cada dez linhas de trem está circulando. O metrô está limitado às duas linhas automáticas, sendo que as 14 restantes estão paradas. Já nas empresas de ônibus, a adesão à paralisação é de 70%.

Os trens com saída para Espanha, Itália e Alemanha estão suspensos. Para a Suíça, haverá apenas uma viagem, de ida e volta em Paris-Basileia.

Além disso, a Direção-Geral de Aviação Civil pediu às companhias aéreas que reduzam em 20% o programa de voos com origem ou destino nos aeroportos de Paris, Lyon, Marselha, Toulouse e Bordeaux. A Air France anunciou o cancelamento de 30% dos voos domésticos e 10% dos de médio percurso. A companhia pretende realizar todas as ligações de longo curso.

Por volta das 7h30 desta sexta-feira (horário local), foram registrados 292 quilômetros de congestionamentos na região de Paris, em comparação aos 100 quilômetros habituais.

Muitas escolas voltaram a suspender as atividades. Durante os atos da quinta-feira (5), em Paris, mais da metade das escolas não abriu as portas. À noite, os números da adesão variavam, com os sindicatos indicando 75% e o Ministério da Educação, 42%.

Reforma da Previdência

A alteração da lei das reformas foi uma promessa da campanha presidencial do atual presidente, Emmanuel Macron. O objetivo é criar um sistema universal que una os 42 regimes especiais que existem atualmente.

O governo admite alterar alguns pontos da proposta, mas não vai desistir do projeto, que será apresentado na próxima segunda-feira (9).

A última vez que a França viveu uma greve geral como essa foi em 1995. Na época, o país ficou paralisado durante três semanas, em protesto contra o projeto de Alain Juppé de alterar o plano de reformas.

*Com informações das Agências EFE e Brasil

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