Furacão Ian deixa ao menos 21 mortos na Flórida e ameça sudeste dos EUA
Analistas apontam que fenômeno causará danos à economia norte-americana e prejudicará o crescimento do país
Ao menos 21 pessoas morreram por causa do furacão Ian na Flórida, informou Kevin Guthrie, diretor da Divisão de Gerenciamento de Emergências do Estado, em um comunicado pela manhã. Foi a primeira vez que uma autoridade do Estado ofereceu uma estimativa de vítimas. Dezessete imigrantes continuam desaparecidos depois que o barco em que viajavam afundou na quarta-feira perto do arquipélago de Keys. Das 27 pessoas a bordo, uma foi encontrada morta e outras nove foram resgatadas, disse a Guarda Costeira. Entre eles estavam quatro cubanos que nadaram até a praia em Keys. Após deixar o Estado devastado, no escuro e milhares de pessoas presas ao longo da costa do Golfo do Estado, o fenômeno atingiu a Carolina do Sul nesta sexta-feira, 30, e acendeu um alerta, pois os meteorologistas dizem que o Ian pode causar graves tempestades. Autoridades na Geórgia, Carolina do Sul e Carolina do Norte pediram aos moradores que se preparem para condições perigosas.
Pela manhã, no condado de Charleston, todos foram obrigados a sair das estradas e o Aeroporto Internacional de Charleston foi fechado por causa dos ventos fortes. Kelsey Barlow, porta-voz do condado de Charleston, que abriga mais de 400 mil moradores, disse que o condado tem dois abrigos abertos e um terceiro de prontidão. Charleston está particularmente em risco. Um relatório encomendado pela cidade divulgado em novembro de 2020 mostrou que cerca de 90% de todas as propriedades residenciais são vulneráveis a inundações. Partes do nordeste da Carolina do Sul, perto de Charleston, também podem experimentar até 20 centímetros de chuva.
O Furacão Ian custará bilhões à economia, segundo analistas. Gerando um prejuízo de até 47 bilhões de dólares e afetará o crescimento dos Estados Unidos, segundo as primeiras estimativas. Segundo a consultora especializada CoreLogic, os prejuízos provocados pelos ventos a propriedades residenciais e comerciais alcançarão entre 22 e 32 bilhões de dólares para as seguradoras, enquanto as perdas por inundações poderão alcançar entre 6 e 15 bilhões. “É a tempestade mais cara a atingir a Flórida desde que o furacão Andrew atingiu a costa em 1992. Um número recorde de casas e propriedades foram perdidas pelas características intensas e destrutivas do furacão Ian”, disse a CoreLogic em comunicado divulgado quinta-feira.
Essas primeiras estimativas não levam em consideração as propriedades que não possuem seguro contra enchentes. Segundo dados da consultoria Milliman enviados à AFP nesta sexta-feira, apenas 18,5% das casas nos condados sob ordem de evacuação têm seguro com o órgão público responsável por fornecer essa cobertura. Com os cortes de energia, cancelamentos de voos e danos à produção agrícola, Ian também interromperá significativamente a atividade econômica no estado por pelo menos 10 dias. O impacto no PIB dos EUA deve ser de 0,3 ponto percentual, estimou Gregory Daco, economista da EY-Parthenon.
*Com informações da Reuters e AFP
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