Furacão Irma faz Brasil postergar retirada de militares do Haiti
No início do mês, o Brasil anunciou o fim da missão de Paz no Haiti, iniciada em 2004. No entanto, a aproximação do Furacão Irma, na região do Caribe, fez com o Conselho de Segurança da ONU autorizasse a postergação para a retirada dos militares brasileiros, que começaria já nesta semana.
Em entrevista à Jovem Pan, o general Ajax Porto Pinheiro, comandante da tropa brasileira no Haiti, revelou que as tropas já estão avançado para a região norte do país, que deve ser a mais afetada pelo Furacão no dia 8 de setembro. “Na quinta-feira passada (31) nós baixamos a bandeira do Brasil e da ONU, na solenidade que demonstra o encerramento das ações de paz em um país. Mas comecei a observar que um novo Furacão se aproximava de forma violenta. Ele evoluiu bastante e vai nos atingir nesta quinta-feira (7). Por isso, solicitei à ONU que permitisse que nossas tropas voltassem a infantaria e eles aceitaram”, explicou o coronel.
De acordo com o general os soldados brasileiros vão ficar alocados na cidade de Samar, próxima a área que deve sofrer grandes devastações. “Nós vamos nos abrigar e nas primeiras horas, após a passagem do Furacão, na sexta-feira (8), nossas tropas seguem ainda mais para o norte até Cabo Haitiano e Port-de-Paix, que devem ser duramente atingidos, para socorrer a população e liberar as estradas para que os comboios humanitários possam seguir da capital”, disse o comandante da missão brasileira.
A previsão é que os soldados brasileiros permaneçam em campo até dia 17 de setembro, enquanto a Missão de Paz deve se encerrar oficialmente em 15 de outubro. “No Caribe, nessa região sujeita aos desastres naturais, tudo é possível. Ninguém imaginaria que nós voltaríamos. Daqui a dois dias quando o Irma sair em direção à Cuba e depois para a Florida, uma outra tempestade tropical vai atingir o nível de furacão. O José está vindo atrás do Irma e já se espera um novo desastre. Mas tudo é muito imprevisível agora”, admitiu o general.
A Minustah (Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti), liderada pelo Brasil, chegou ao país em 2004, após a queda do presidente Jean-Bertrand Aristide.
*Com informações do repórter Fernando Martins
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