Governo ‘lamenta’ críticas dos EUA após Bolsonaro afirmar que é solidário à Rússia

Em nota, Itamaraty afirma que ‘não considera construtivas’ declarações dos norte-americanos sobre fala do presidente durante encontro com Vladimir Putin

  • Por Jovem Pan
  • 19/02/2022 12h57
Vyacheslav Prokofyev/EFE/EPA/Kremlim/Sputnkik Em frente a bandeiras de Brasil e Rússia, Bolsonaro e Putin posam para fotos apertando as mãos O presidente brasileiro Jair Bolsonaro (E) e o presidente russo Vladimir Putin (D) durante coletiva de imprensa conjunta após suas conversas no Kremlin no meio de fevereiro

O governo federal afirmou neste sábado, 19, que “lamenta” as críticas feitas pelos Estados Unidos após Jair Bolsonaro (PL) declarar que é solidário à Rússia durante encontro com o presidente Vladimir Putin, realizado na quarta-feira, 16. Citando a atual tensão na fronteira com a Ucrânia, o Departamento de Estado norte-americano divulgou nota na quinta-feira, 17, informando que a fala do presidente “não poderia ter sido pior”. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que “não considera construtivas, nem úteis”, as críticas às falas de Bolsonaro. “As posições do Brasil sobre a situação da Ucrânia são claras, públicas e foram transmitidas em repetidas ocasiões às autoridades dos países amigos e manifestadas no âmbito do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU)”, informou em nota o Itamaraty.

A tensão entre a Rússia e as potências do Ocidente escalou neste sábado após o Kremlin ter lançado uma série de mísseis com capacidade de carregar cargas nucleares durante testes militares. A demonstração de força ocorre após a troca de acusações entre Moscou e Washington sobre a intenção dos russos em invadir a Ucrânia. Enquanto as nações ocidentais temem o início de um dos piores conflitos desde a Guerra Fria, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que as forças russas estão começando a “se deslocar e se aproximar” da fronteira com seu ex-vizinho soviético. “Esperamos que ele se afaste da beira do conflito”, disse ele em entrevista coletiva durante uma visita à Lituânia, dizendo que uma invasão da Ucrânia não é inevitável.

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