Grupo internacional de direitos humanos acusa Israel de manter um regime de apartheid

Apesar do regime de segregação racial ter sido aplicado na África do Sul de 1948 a 1991, ele é o único termo jurídico universal para definir uma discriminação institucional particularmente opressora

  • Por Jovem Pan
  • 27/04/2021 13h26 - Atualizado em 27/04/2021 16h34
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EFE/EPA/ATEF SAFADI Palestinos protestam em frente ao portão de Damasco em Jerusalém Recentemente, um protesto organizado por palestinos em Jerusalém terminou em confronto com um grupo judeu que pedia 'morte aos árabes'

A Human Rights Watch, organização internacional de direitos humanos, está acusando Israel de cometer perseguição contra os árabes e apartheid, ambos considerados crimes contra a humanidade. A entidade afirma que o país do Oriente Médio possui uma política que mantém o domínio dos judeus israelenses sobre os palestinos. O Ministério das Relações Exteriores de Israel rejeitou o relatório de 213 páginas, que chamou de “absurdo e falso”, e defendeu que a Human Rights Watch possui uma “agenda anti-israelense de longa data” que não possui “nenhuma conexão com os fatos ou a realidade local”.  Já o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, saudou o parecer da organização. “É urgente que a comunidade internacional intervenha, inclusive assegurando-se de que seus Estados, organizações e empresas não contribuam de forma alguma para a execução de crimes de guerra e crimes contra a humanidade”, defendeu.

A ONU considera que a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, onde vivem quase cinco milhões de palestinos, estão ocupadas por Israel desde a guerra de 1967. O argumento da Human Rights Watch é que nesses territórios as autoridades israelenses privilegiam metodicamente os judeus e discriminam os palestinos. “As autoridades desapropriaram, confinaram, separaram à força e subjugaram os palestinos em virtude de sua identidade em vários graus de intensidade. Em certas áreas (…) essas privações são tão grandes que equivalem aos crimes contra a humanidade de apartheid e perseguição”, diz o relatório. Apesar do apartheid ter sido uma política de segregação racial aplicada na África do Sul de 1948 a 1991, ele é o único termo jurídico universal para definir uma discriminação institucional particularmente severa. A Convenção de 1973 define o regime como “atos desumanos cometidos com o propósito de estabelecer e manter o domínio de um grupo racial de pessoas sobre qualquer outro grupo racial de pessoas e oprimindo-os sistematicamente”.

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