Hamas aceita proposta de trégua em Gaza; Israel diz que continuará bombardeio enquanto negocia o cessar-fogo
Familiares de reféns israelenses pedem que governo aceite este acordo com o grupo islâmico
Israel e Hamas negociam para tentar chegar a uma trégua para guerra em Gaza que completa sete meses nesta terça-feira (6), contundo um possível acordo parece longe de ser firmado, isso porque a proposta apresentada pelo grupo islâmico tem três fases e a meta de um cessar-fogo permanente, algo que para Israel diz estar longe de suas exigências. “Israel enviará uma delegação […] com os mediadores para esgotar as possibilidades de alcançar um acordo” de cessar-fogo, “mesmo que a proposta do Hamas esteja longe das exigências essenciais” de Israel, indicou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em comunicado. O gabinete de guerra “decidiu continuar com a operação em Rafah para exercer pressão militar sobre o Hamas”, acrescentou. O Catar enviará delegação ao Cairo na terça-feira (7) para prosseguir com negociações sobre Gaza, diz chancelaria
O plano do Hamas contempla três etapas, cada uma com duração de 42 dias, e inclui a retirada completa do Exército israelense da Faixa de Gaza, a volta dos deslocados e uma troca dos reféns ainda em cativeiro no território palestino por presos palestinos em Israel, com o objetivo de alcançar um “cessar-fogo permanente”, disse Khalil al-Hayya, um alto dirigente do movimento islamista palestino à emissora Al Jazeera. A proposta apresentada pelo Egito e pelo Catar inclui o retorno para casa das pessoas que tiveram que buscar abrigo em outras partes do enclave, de acordo com as redes de televisão Al Jazeera, do Catar, e Al Qahera News, do Egito. A partir do primeiro dia da trégua, o Hamas libertaria três reféns a cada três dias, enquanto Israel libertaria “um número correspondente de prisioneiros palestinos”, que ainda não foi decidido.
Khalil al-Hayya afirmou que a segunda e a terceira fases envolveriam negociações indiretas com Israel por meio da mediação do Egito e do Catar sobre “as chaves” para as próximas trocas de reféns por prisioneiros palestinos. Ele acrescentou que “a bola agora está no campo da ocupação israelense”, que terá de decidir se aceita ou não os termos desse acordo apresentado pelo Egito e pelo Catar. Em meio essas negociações, o gabinete de guerra israelense decidiu nesta segunda-feira continuar a ofensiva em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, mas concordou que uma delegação se reunirá com mediadores para continuar negociando um possível cessar-fogo com o grupo islâmico Hamas.
“Apesar do fato de que a proposta do Hamas está longe de atender às exigências de Israel, Israel enviará uma delegação de mediadores para esgotar a possibilidade de chegar a um acordo em condições aceitáveis”, disse o gabinete em um comunicado. A mensagem foi enviada depois que o chefe do escritório político do Hamas, Ismail Haniyeh, confirmou aos negociadores do Egito e do Catar que o grupo islâmico aceitou uma proposta de cessar-fogo em Gaza, horas depois da ordem israelense para que a população do leste de Rafah deixasse essa região. Ao mesmo tempo em que Israel respondia ao anúncio do Hamas, as Forças de Defesa do país bombardeavam Rafah, onde mais de 1 milhão de pessoas que viviam em outras partes do enclave buscaram refúgio após o início da guerra.
Os familiares de reféns mantidos na Faixa de Gaza fizeram um apelo ao governo de Israel para que aceite o acordo de cessar-fogo com o Hamas. “Agora é o momento de todos os envolvidos cumprirem o seu compromisso e transformarem esta oportunidade em um acordo para o regresso de todos os reféns”, afirmou o Fórum de Famílias de Reféns e Pessoas Desaparecidas em um comunicado. Um grupo de manifestantes, incluindo parentes dos sequestrados, bloqueou a estrada principal para Tel Aviv nesta segunda-feira para exigir que Israel aceitasse um acordo de trégua para libertar os reféns. Os protestos para exigir um acordo de cessar-fogo e a libertação dos reféns ocorreram durante a noite desta segunda-feira em diferentes locais do país, incluindo Jerusalém, Haifa e Sederot.
*Com informações da AFP e EFE
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