Igreja Católica critica governo da Itália por manter proibição de missas
A Conferência Episcopal Italiana (CEI) emitiu na noite do último domingo (27) um duro comunicado contra o governo do primeiro-ministro Giuseppe Conte, denunciando que a proibição de celebrar missas após a reabertura gradual do país, marcada para o dia 4 de maio, afeta a liberdade de culto.
Conte anunciou no fim de semana como será feito o lento e gradual desconfinamento da Itália, com a reabertura de algumas atividades e possíveis saídas para visitar parentes, além da realização de funerais com a presença de até 15 pessoas. Mas, seguindo os conselhos do comitê técnico-científico encarregado de elaborar o plano de reabertura, foi decidido que ainda não é seguro permitir cerimônias religiosas.
“Os bispos italianos não podem aceitar ver comprometido o exercício da liberdade de culto. Deveria ser claro para todos que o compromisso de servir aos pobres, tão importante nesta emergência, provém de uma fé que deve poder alimentar suas fontes, em particular a vida sacramental”, comunicou a entidade após a coletiva de Conte.
A CEI afirmou que “a Igreja aceitou, com sofrimento e senso de responsabilidade, as limitações impostas pelo governo para encarar a emergência de saúde”, mas que agora, “quando são reduzidas as limitações, exige poder retomar a ação pastoral”.
“Lembramos ao governo e ao comitê técnico-científico o dever de distinguir entre a sua responsabilidade, dando indicações precisas de caráter sanitário, e a da Igreja, de organizar a vida da comunidade cristã em conformidade com as medidas preparadas, mas em plena autonomia”, conclui a entidade.
A decisão de não permitir as missão provocou as críticas da CEI, que nunca havia atacado a gestão de Conte desta maneira, e gerou divergências dentro do próprio governo.
Após as críticas, o governo emitiu um comunicado de resposta na qual disse que “o primeiro-ministro toma nota do comunicado da CEI e confirma o que havia antecipado na entrevista coletiva, que nos próximos dias será estudado um protocolo que permitirá a participação nas celebrações litúrgicas em condições de segurança máxima”.
*Com informações da Agência EFE
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