Índia reporta quase 9 mil casos de infecção rara por ‘fungo preto’ que mutila pacientes

Além da segunda onda mortal da pandemia do novo coronavírus, a Índia está enfrentando um aumento alarmante de casos de mucormicose, que pode exigir a remoção de um dos olhos do infectado

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2021 16h40
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EFE/EPA/DIVYAKANT SOLANKI Médica examina os olhos de um paciente com suspeita de Médica examina os olhos de paciente com suspeita de "fungo preto" em Mumbai

A Índia relatou na última semana mais de 8.800 casos de “fungo preto”, nome popular para a mucormicose, que está afetando principalmente pacientes em recuperação ou recuperados da Covid-19. Geralmente rara, a infecção é causada pela exposição a um fungo encontrado no solo que afeta os seios da face, os pulmões e até o cérebro das pessoas contaminadas. Os principais sintomas são congestão nasal e sangramento, mas em alguns casos há inchaço nos olhos, visão turva e até a perda de um dos globos oculares. Muitas vezes, a remoção de um olho é necessária para evitar que o fungo chegue ao cérebro. A taxa de mortalidade é de 50%, sendo que o risco é maior em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido. Segundo a emissora de televisão britânica BBC, a principal suspeita dos médicos especialistas é que o surto esteja relacionado aos esteroides presentes nos fármacos utilizados para tratar o novo coronavírus. Apesar de ajudarem a reduzir a inflamação nos pulmões, eles também reduzem a imunidade, o que pode desencadear casos de mucormicose. Outro agravante é que o “fungo preto” se espalha pelo ar, apesar de só afetar aqueles que já estão com seus sistemas de defesa enfraquecidos. Por enquanto, existe um único medicamento antifúngico eficaz contra a doença, que deve ser aplicado através de injeção intravenosa diariamente por até oito semanas. O Ministério da Saúde da Índia pediu à população que mantenha a higiene pessoal e mantenha doenças como o diabetes sob controle, além de usar sapatos, blusas e calças compridas e luvas ao manusearem o solo.

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