Interpol emite mandado de prisão contra Carlos Ghosn

  • Por Jovem Pan
  • 02/01/2020 12h42
EFE Em resposta, o Líbano disse que o brasileiro "entrou legalmente" no país, então não está claro se vão ignorar o alerta vermelho da Interpol

O governo do Líbano recebeu, nesta quinta-feira (2), um pedido de prisão da Interpol contra o ex-presidente da aliança Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn. Ele chegou ao país nesta segunda-feira (30), depois de fugir do Japão para evitar ser julgado por irregularidades financeiras.

O ministro da Justiça interino, Albert Sarhan, confirmou a informação. Segundo ele, o Ministério Público libanês recebeu um alerta vermelho da Interpol, que emitiu um mandado de busca contra o empresário. O documento solicita às autoridades que prendam preventivamente o fugitivo da Justiça japonesa, pendente de extradição, entrega ou outra ação judicial semelhante.

Ghosn, de 65 anos, cumpria prisão domiciliar em Tóquio, acusado de má conduta financeira.está livre sob fiança em Tóquio. Ele estava aguardando o julgamento, que poderia representar uma longa sentença de prisão para ele.

Hoje, agentes do Ministério Público de Tóquio revistaram a casa do brasileiro procurando pistas que indiquem como ele conseguiu deixar secretamente o país e chegar a Beirute, zombando da vigilância a que estava sujeito desde que foi libertado, em 25 de abril do ano passado. As autoridades japonesas confirmaram que não há registros de quando e como Ghosn conseguiu deixar o Japão. Seus movimentos e comunicações eram restritos, e havia câmeras fora de sua casa para monitorar sua saída.

Passaporte

Apesar disso, a emissora pública japonesa NHK informou, também nesta quinta-feira (2), que Ghosn tinha dois passaportes franceses e provavelmente usou um deles para entrar legalmente no Líbano. A secretária de Estado da Economia e Finanças da França, Agnès Pannier-Runacher, afirmou que o brasileiro não seria extraditado se voltasse à França depois de fugir da Justiça do Japão.

“Se Ghosn viesse à França, não o extraditaríamos porque a França não faz isso com seus cidadãos, é uma regra.” A secretária insistiu que a França oferecerá assistência consular no Líbano “como qualquer cidadão”, já que sua nacionalidade francesa “o protege” e “as mesmas regras do jogo” se aplicam a todos. Ela considerou, no entanto, que Ghosn não deveria ter fugido dos tribunais japoneses.

Relembre

O ex-executivo chegou a Beirute na última segunda-feira (30) em um avião particular, depois de fazer uma escala na Turquia, onde uma investigação foi aberta e sete pessoas foram presas hoje por supostamente facilitar sua fuga. Por sua parte, a Segurança-Geral libanesa disse, na terça-feira (31), que o acusado entrou “legalmente” no país árabe, do qual ele tem nacionalidade, além do brasileiro e francês.

Em uma declaração, as autoridades do país asseguraram que “o cidadão entrou no Líbano legalmente e não é necessário tomar nenhuma medida ou ação (legal) em relação a ele ou ser processado”, então não está claro se vão ignorar o alerta vermelho da Interpol.

*Com informações da Agência EFE

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