Interrupções em testes clínicos de vacinas são procedimentos normais, diz OMS

A porta-voz da organização lembra que a prioridade nos ensaios clínicos é garantir a segurança dos imunizantes

  • Por Jovem Pan
  • 10/11/2020 11h47 - Atualizado em 10/11/2020 11h50
REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo Mulher olhando frasco de vacina contra Covid A Anvisa informou na segunda-feira, 09, a suspensão temporária dos testes clínicos no país devido a um "evento adverso grave"

Em meio à polêmica suspensão dos testes clínicos da CoronaVac, desenvolvida pela companhia chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Fadela Chaib, afirmou nesta terça-feira, 10, que as paralisações de estudos em vacinas fazem parte de postura ‘cautelosa’ das autoridades responsáveis, sendo procedimentos normais. “Em geral, a segurança é a prioridade nos ensaios clínicos de vacinas, e quando aparece um efeito adversos em um participante, que pode ou não ter relação com a vacina que está sendo avaliada, o que se faz é investigar”, disse a representante da agência, em entrevista coletiva.

A Anvisa informou na segunda-feira, 09, a suspensão temporária dos testes clínicos no país devido a um “evento adverso grave”. A agência não detalhou a situação e indicou que irá avaliar os dados coletadas para julgar o risco ou benefício da continuidade do estudo. Segundo a agência, o “efeito adverso grave”, que não foi relatado, aconteceu em 29 de agosto. A paralisação, com isso, interrompe testes com cerca de nove mil voluntários no país. “Não creio que haja outras razões ou explicações a serem encontradas, além do fato de que as pessoas que trabalham com vacinas são muito cautelosas. Quando veem um efeito adverso e preferem interromper um ensaio até que mais informações sejam coletadas”, opinou a porta-voz da OMS.

Em nota, o laboratório Sinovac Biotech afirmou a segurança do composto e reforçou a confiança na segurança do imunizante. “Estamos confiantes na segurança da vacina”, esclarece a empresa, garantindo que manterá a comunicação com o Brasil sobre o assunto. Ao mesmo tempo, o direto do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que o óbito não está relacionado com o imunizante. “Porque é um óbito não relacionado à vacina. Ou seja, como são mais de 10 mil voluntários nesse momento, podem acontecer mortes, pode ter um acidente de trânsito e morrer. E é o caso aqui. Ocorreu um óbito que não tem relação com a vacina”, opinou em entrevista à TV Cultura. Anteriormente, houve paralisação de outras candidatas à vacina contra o novo coronavírus, produzidas pela Johnson & Johnson e AztraZeneca, após a detecção de doenças inexplicáveis em um participantes de cada caso.

*Com Agência EFE

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