Irã condena dez militares à prisão por derrubar avião ucraniano em 2020
Dois mísseis atingiram o Boeing 737 da Ukraine Internacional Airlines (UIA) e mataram 176 ocupantes
Um tribunal do Irã condenou neste domingo, 16, dez soldados a penas de prisão de entre um e 13 anos por seu envolvimento na derrubada de um avião de passageiros ucraniano em janeiro de 2020, que causou a morte dos seus 176 ocupantes. O comandante que ordenou a derrubada do avião da Ukraine International Airlines (UIA) foi condenado a três anos de prisão pela morte dos passageiros e mais dez anos por “ignorar os protocolos de segurança”, informou a agência “Mizan”, vinculada ao Poder Judiciário. O tribunal considerou que o comandante abateu o avião por “ignorância” e “erro”, ao confundir a aeronave ucraniana com um elemento “hostil”. O militar, principal réu do processo e cuja identidade não foi revelada, vai cumprir dez anos de prisão, a maior das duas penas, e ainda terá de pagar multa aos familiares das vítimas. Outros nove membros da Força Aérea do país foram condenados a penas entre um e três anos de prisão pela queda da aeronave. A “Mizan” indicou que a decisão do tribunal foi tomada após 20 audiências e “investigações detalhadas” realizadas ao longo de três anos. “O estudo deste caso tem sido um dos processos judiciais mais importantes, delicados e complexos dos últimos anos no país”, destacou a agência.
Os condenados podem recorrer das sentenças em 20 dias. O Irã também pagará US$ 150 mil (R$ 736 mil, na cotação atual) a cada parente das vítimas, segundo a “Mizan”, que não explicou como ou quando esse pagamento será feito. O Boeing 737 da UIA foi abatido por dois mísseis logo após decolar do aeroporto de Teerã na manhã de 8 de janeiro de 2020 com destino a Kiev. No voo estavam 55 canadenses e 30 residentes permanentes no Canadá, além de cidadãos de Irã, Ucrânia, Suécia, Afeganistão, Alemanha e Reino Unido. Teerã atribuiu a derrubada a “um erro” de um dos operadores dos sistemas de defesa aérea da Guarda Revolucionária. O Irã afirmou que suas Forças Armadas estavam em alerta naquele dia porque esperavam uma retaliação dos Estados Unidos por terem bombardeado horas antes uma base militar no Iraque com tropas americanas, um ataque que por sua vez foi uma vingança pelo assassinato do poderoso general iraniano Qasem Soleimani.
*Com informações da EFE
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