Irã diz que avião ucraniano foi abatido por erro humano
Erro no alinhamento de uma das unidades do sistema de defesa aérea fez com que o avião fosse derrubado por mísseis
O Irã anunciou neste domingo (12) que um “erro humano” no alinhamento de uma das unidades do sistema de defesa aérea foi o responsável pela queda de um avião ucraniano, em janeiro deste ano, cujos 176 ocupantes morreram. De acordo com o relatório mais recente da Organização de Aviação Civil do Irã, a investigação concluiu que essa unidade não foi restaurada na direção norte após sua mudança de localização geográfica, resultando em “um erro de 107 graus”. “Os objetos identificados foram observados em uma ampliação equivalente a 107 graus pelo operador do sistema de defesa aérea”, explica o texto, o que levou à identificação do avião como uma ameaça e ao disparo de dois mísseis para derrubá-lo.
Havia “uma cadeia de eventos”: “comunicação defeituosa” entre o operador do sistema e a coordenação central, “uma identificação incorreta do objeto” e uma falha no cumprimento dos procedimentos para o lançamento dos mísseis. A Organização da Aviação Civil indicou que “o operador do sistema classificou o alvo detectado como uma ameaça” e que isso foi promovido pela “sua falta de conhecimento do erro de 107 graus”. Em relação aos procedimentos, o relatório estipula que o operador não estava autorizado a disparar sem ter recebido previamente a aprovação do Centro de Coordenação, que nunca emitiu uma ordem semelhante.
O impacto do primeiro míssil contra o avião causou um incêndio na aeronave, um Boeing 737, que acabou caindo no chão, momento em que uma explosão foi registrada. O voo 752 da companhia aérea Ukraine International Airlines (UIA) foi abatido no dia 8 de janeiro, após ser confundido com um míssil logo decolar do aeroporto de Teerã com destino a Kiev. O abate, que Irã chamou de acidental, ocorreu depois que Teerã realizou um ataque com mísseis contra bases aéreas no Iraque que hospeda tropas dos Estados Unidos, em vingança pelo assassinato dias antes, em Bagdá, do general Qasem Soleimani em um bombardeio feito por Washington.
*Com EFE
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