Irmã de George Floyd acusa Joe Biden de ‘quebrar promessa’ e não participa de visita à Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos recebeu outros parentes da vítima no Salão Oval e afirmou que espera conseguir a aprovação da lei de reforma policial em breve

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2021 12h15
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EFE/EPA/CRAIG LASSIG Bridgett Floyd discursa em comício no aniversário de uma no da morte do seu irmão, George, em Minneapolis Bridgett Floyd participou de um comício em Minneapolis na terça-feira, 25, em ocasião do aniversário de um ano da morte do seu irmão George

Bridgett Floyd acusou Joe Biden de “quebrar sua promessa” de promulgar reformas na polícia até o aniversário da morte do seu irmão George Floyd, que completou um ano nesta terça-feira, 25. A declaração foi feita enquanto Bridgett faltava a uma visita familiar histórica à Casa Branca para participar de um comício na cidade de Minneapolis, onde seu irmão morreu asfixiado sob o joelho do policial Derek Chauvin. Em discurso a centenas de apoiadores, a irmã da vítima pediu ao presidente dos Estados Unidos que agisse em relação à aprovação da lei de Justiça no Policiamento de George Floyd, que continua parada no Congresso Nacional apesar de Biden ter se comprometido a sancioná-la no próprio dia 25. “Acho que Biden precisa consertar as coisas. Ele quebrou sua promessa. Muitos nomes foram adicionados à lista após a morte do meu irmão, e nada foi feito”, afirmou. Mais tarde, o presidente disse à imprensa que estava esperançoso por um acordo em relação às reformas depois do Memorial Day, feriado celebrado no dia 31 de maio que homenageia os militares americanos que morreram em combate. Em comunicado divulgado pela Casa Branca, ele acrescentou que “a batalha pela alma da América tem sido um constante empurrão e puxão entre o ideal americano de que todos somos criados iguais e a dura realidade de que o racismo há muito tempo nos separa”.

O presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris receberam o restante da família de George Floyd em um encontro privado no Salão Oval nesta terça-feira, 25. O sobrinho da vítima, Brandon Williams, disse que o presidente quer que “o projeto de lei seja significativo e mantenha o legado de George intacto” e demonstrou “preocupação genuína” com a forma como eles estão lidando com a perda. Já a filha de Floyd, Gianna, chamou atenção ao parar diante das câmeras do lado de fora da Casa Branca e gritar “Diga o nome dele”, em referência ao slogan que tem sido utilizado pelo movimento Black Lives Matter para relembrar as pessoas negras que foram vítimas do racismo e da violência policial. Em seu perfil no Twitter, Biden postou uma foto do encontro com a família de George Floyd que, segundo ele, “mostrou uma coragem extraordinária ao longo do último ano”. “Especialmente sua filha Gianna, que eu encontrei novamente hoje. No dia depois do funeral do seu pai, ela me disse: ‘O papai mudou o mundo’. Ele mudou”, relatou o presidente.

A morte de George Floyd em 25 de maio de 2020 foi relembrada em protestos e comícios realizados ao redor dos Estados Unidos e do mundo nesta terça-feira. Pouco depois do assassinato, o presidente Joe Biden definiu um prazo de um ano para aprovar no Congresso Nacional uma ampla reforma policial. O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, dominada pelos democratas, mas ainda enfrenta a resistência no Senado, de maioria republicana. Um ponto criticado pelos conservadores é a definição de quando um policial pode ser julgado criminalmente, ou seja, perdendo sua imunidade qualificada que costuma dificultar que um agente responda na Justiça por atos cometidos durante o seu trabalho.

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