Israel é criticado por comunidade internacional por ataque em Rafah, e EUA pedem precauções para proteger os civis

Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou o caso com um ‘acidente trágico’, que seu governo começou a investigar; ao menos 45 pessoas morreram

  • Por Sarah Américo
  • 27/05/2024 16h49
EFE/EPA/HAITHAM IMAD mortos em rafah Palestinos carregam corpos após um ataque do exército israelense a um acampamento em uma área designada para pessoas deslocadas em Rafah

A Casa Branca disse estar impactada com o bombardeio israelense em Rafah, na Faixa de Gaza, que deixou ao menos 45 pessoas mortas, e pediu para que Israel tome precauções para proteger os civis. “Deixamos claro que Israel deve tomar todas as precauções possíveis para proteger os civis”, disse um porta-voz do Conselho de Segurança, apesar de admitir que “Israel tem o direito de atacar o Hamas, e entendemos que no bombardeio morreram dois terroristas de hierarquia elevada”. Segundo o funcionário, tanto os Estados Unidos como Israel e outros parceiros na região, estão comprometidos em determinar o que aconteceu. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou o caso com um “acidente trágico”, que seu governo começou a investigar. Segundo os militares israelenses, seus aviões “atingiram “uma instalação do Hamas em Rafah”, em um ataque que matou dois altos funcionários do grupo islamista.

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O ataque gerou uma onda de condenação internacional contra Israel. A ONU (Organização das Nações Unidas) apelou para que os israelenses realizem uma investigação “completa e transparente” sobre o atentado. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que “estas operações devem parar”.“Não há áreas seguras em Rafah para civis palestinos. Apelo ao pleno respeito pelo direito internacional e a um cessar-fogo imediato”, escreveu ele na rede social X. O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse estar “horrorizado com as notícias vindas de Rafah sobre os ataques israelenses que mataram dezenas de pessoas deslocadas, incluindo crianças”. “Estamos investigando. Qualquer perda de vidas civis é grave e terrível”, disse o porta-voz do governo israelense, Avi Hyman, em entrevista coletiva, garantindo que Israel “tenta limitar as vítimas civis”.

Mais cedo, os países da União Europeia já tinham pedido uma reunião com Istael para discutir o respeito aos direitos humanos, de acordo com suas obrigações nesse marco de relações. “Finalmente, os ministros concordaram em solicitar um Conselho de Associação com Israel, algo que não foi aceito em discussões anteriores”, anunciou o alto representante da UE para Assuntos Exteriores e Segurança, Josep Borrell, em entrevista coletiva ao término do Conselho de Ministros das Relações Exteriores da UE. Até agora, os 27 Estados-membros não haviam apoiado a proposta do alto representante de convocar tal reunião com Israel no âmbito do acordo que regula suas relações bilaterais.

Borrell deixou clara a condenação da UE aos últimos ataques com foguetes do grupo islâmico Hamas contra Israel, mas ao mesmo tempo reiterou três pedidos ao Estado judeu: que implemente a decisão da CIJ, que pare de bloquear o financiamento da Autoridade Nacional Palestina e que a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) possa realizar seu trabalho. “Não podemos permitir que a Autoridade Nacional Palestina seja sufocada por uma ação indiscriminada do governo do (primeiro-ministro israelense Benjamin) Netanyahu. Porque, de agora em diante, não direi mais Israel, direi o governo de Netanyahu, porque é esse governo que toma essas decisões”, disse Borrell.

*Com informação da AFP e EFE

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