Israel inicia nova incursão terrestre em Khan Yunis, no sul de Gaza
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), cerca de 200 mil pessoas foram evacuadas do local entre 22 e 27 de julho
As tropas terrestres de Israel iniciaram uma nova incursão em Khan Yunis, uma importante cidade no sul da Faixa de Gaza, que na quinta-feira (8) foi parcialmente abandonada por civis, e onde os soldados realizam combates até o subsolo para eliminar “alvos terroristas”, informou o Exército nesta sexta (9). “Após receber informações de inteligência indicando a presença de terroristas e infraestruturas terroristas na área de Khan Yunis (…) a 98ª Divisão das Forças de Defesa de Israel iniciou sua atividade operacional na área”, indicou um comunicado militar. “As tropas estão envolvidas em combates de superfície e subterrâneos para eliminar terroristas na área, ao mesmo tempo que localizam e desmantelam armamento e infraestruturas”, acrescentou.
Além disso, a Força Aérea israelense bombardeou mais de 30 alvos em Khan Yunis, incluindo supostos locais de armazenamento de armas e militantes “que planejaram e executaram ataques de morteiros e franco-atiradores contra as tropas”, acrescentou o Exército. Vários civis foram mortos em um bombardeio contra uma tenda que albergava deslocados na região de Abasan al Kabira, a leste de Khan Yunis, informou a agência de notícias oficial palestina “Wafa”. Khan Yunis tem sido historicamente um reduto das milícias palestinas em Gaza e, ontem, o Exército israelense ordenou mais uma vez a evacuação de vários bairros: Al Salqa, Al Qarara, Bani Suhaila, Abasan, Khirbet Khuza’a, todos no leste e nordeste da cidade.
Pouco após as forças armadas emitirem a ordem de evacuação, os serviços de Defesa Civil de Gaza anunciaram que recuperaram cinco mortos dos escombros de uma casa em Al Qarara, resultado de um bombardeio de aviões israelenses. No domingo (4), Israel também ordenou a evacuação de bairros no sudeste da cidade, na sequência de uma incursão no final de julho que deixou cerca de 300 mortos. Os habitantes desta área não têm outra escolha senão avançar para a cada vez mais estreita “zona humanitária” de Mawasi, que de qualquer forma tem sido alvo de bombardeios e onde centenas de milhares de palestinos estão amontoados em um enxame de tendas em condições humanitárias muito precárias.
De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), cerca de 200 mil pessoas foram evacuadas de Khan Yunis entre 22 e 27 de julho, durante a última incursão terrestre do Exército israelense, que deixou grande parte da cidade completamente arrasada. Por outro lado, o Exército israelense continuou sua ofensiva por ar, terra e mar em todo o enclave, onde atacou 60 alvos. O Exército garantiu que, em Rafah, eliminou “dezenas” de supostos milicianos com bombardeios, fogo de artilharia e combate corpo a corpo, enquanto no centro da Faixa os soldados identificaram milicianos que iriam atirar neles e foram posteriormente eliminados.
Isto causou a morte de ao menos oito civis e deixou muitos feridos durante as primeiras horas da manhã em Jabalia, no norte de Gaza; nos campos de refugiados de Nuseirat e Maghazi, na zona central do enclave; bem como no sul de Rafah, de acordo com a “Wafa”. Estados Unidos, Egito e Catar, que estão mediando um cessar-fogo, exigiram ontem que Israel e o grupo terrorista Hamas “retomassem as discussões urgentes na quinta-feira, 15 de agosto, em Doha ou Cairo, para fechar todas as lacunas restantes e iniciar a implementação do acordo de cessar-fogo”. Israel anunciou o envio de uma delegação na quinta-feira (8), embora o Hamas não tenha feito comentários.
*Com informações da EFE
Publicado por Marcelo Bamonte
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