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Israel ordenou que hospital em Gaza fosse esvaziado antes de ataques, diz Crescente Vermelho

Palestinians inspect Gaza City’s al-Quds hospital after it was hit by Israeli strikes yesterday and overnight on January 16 2009. Hundreds of people, including sick and wounded patients on stretchers and wheelchairs, tried to flee the Gaza hospital yesterday when it was engulfed in flames sparked by an Israeli tank shell. AFP PHOTO/MEHDI FEDOUACH

A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, da mesma organização da Cruz Vermelha, afirmou que os ataques israelenses no domingo, 29, danificaram partes do superlotado Hospital Al-Quds na cidade de Gaza, após receberem dois telefonemas do exército de Israel para esvaziar totalmente o local. Um vídeo postado pelo Crescente Vermelho no X, antigo Twitter, mostra o hospital após os ataques, com quartos cobertos de destroços e poeira, e as janelas estilhaçadas. As pessoas cobriram seus narizes e bocas, entrando em pânico ao tentar deixar o hospital com seus filhos. Segundo a organização, houve bombardeios apenas 50 metros de distância do hospital. A Sociedade escreveu: “As forças de ocupação israelenses continuam deliberadamente a lançar foguetes diretamente perto do hospital Al-Quds, em Gaza, para forçar o pessoal médico, os que buscam refúgio e os pacientes a esvaziarem o hospital. Isso causou danos significativos aos departamentos hospitalares e expôs residentes e pacientes à asfixia”.

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A administração do hospital, operado pelo Crescente Vermelho, afirmou que esvaziar o hospital era impossível, pois centenas de pacientes incluíam crianças em incubadoras e pessoas feridas na unidade de terapia intensiva. Em postagem no X, a página da Delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Israel e nos Territórios Ocupados escreveu: “Nós estamos profundamente preocupados com as potenciais consequências dos avisos para o Hospital Al-Quds com pacientes, trabalhadores da saúde e muitas famílias que aqui estão abrigadas. O Direito Internacional Humanitário é claro: hospitais devem proteger pacientes por todas as partes do conflito. Quando se pede para esvaziar hospitais, nem todos podem sair. Não é possível simplesmente realocar os feridos, aqueles em terapia intensiva ou com mobilidade limitada”.

Em um comunicado, o hospital afirmou que muitos dos 14 mil que buscaram abrigo lá são palestinos deslocados pela guerra contínua entre o Hamas e Israel. Os ataques israelenses visaram áreas ao redor do hospital durante todo o domingo. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou no X que os avisos do exército israelense são “profundamente preocupantes”. “Reiteramos – é impossível evacuar hospitais lotados de pacientes sem colocar em perigo suas vidas. Pelo Direito Internacional Humanitário, serviços de saúde devem sempre ser protegidos “.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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