Israel reconhece que matou ‘por erro’ três reféns identificados como ameaça
Autoridades israelenses acreditam que ao menos 132 reféns estão em poder do Hamas na Faixa de Gaza, sendo 112 vivos e 20 mortos
Israel reconheceu nesta sexta-feira, 15, que matou três reféns que tinham sido identificados, por erro, como ameaça. A informação foi dada pelo Exército israelense e essa é a primeira vez desde o começo da guerra que eles assumem a responsabilidade pela morte de pessoas sequestradas pelo Hamas. “Durante os combates em Shujaiya, as FDI identificaram erroneamente três referências israelenses como uma ameaça. Como resultado, as tropas dispararam contra eles e os mataram”, informaram em comunicado no qual não especificaram quando o caso ocorreu. “Este é um incidente trágico, as FDI são responsáveis”, disse o porta-voz Daniel Hagari, além de informar que “os militares encontraram muitos terroristas, incluindo homens-bomba”. As forças israelenses explicaram que, durante as buscas no local onde ocorreu o incidente, surgiram suspeitas sobre a identidade dos mortos, de modo que seus corpos foram levados para o território israelense para serem examinados, o que “confirmou que eram três reféns israelenses”. Os reféns foram identificados como Yotam Haim e Samer Talalka, ambos sequestrados em outubro pelo Hamas, respectivamente nos kibutz Kfar Aza e Nir Am; e um terceiro, cuja família pediu que sua identidade não fosse revelada.
Os corpos foram levados para o centro Hatzvi na base militar de Shura, onde a maioria das vítimas do ataque do Hamas foi identificada. “Representantes do FDI e da polícia notificaram todas as famílias dos reféns”, afirma o comunicado. As FDI afirmaram que analisariam o incidente “imediatamente”, esclarecendo que Shujaiya é uma “região de combate ativo onde ocorreram confrontos contínuos nos últimos dias”. “Lições imediatas foram aprendidas com o acontecimento, as quais foram transmitidas a todas as tropas no terreno”, declaradas pela FDI, expressando “profundo remorso pelo trágico acidente e suas sinceras condolências às famílias”. Durante o ataque a Israel, no dia 7 de outubro, o grupo islâmico sequestrou ao menos 240 pessoas, segundo o balanço israelense. Contudo, devido às negociações que houveram e o cessar-fogo estabelecido durante sete dias entre as partes, foi possível libertar 105 reféns – 81 israelenses e 24 estrangeiros (23 tailandeses e um filipino). A eles se juntaram outros quatro reféns que foram libertas anteriormente: uma mãe e uma filha israelenses-americanas e duas idosas israelenses. No começo de dezembro, o governo de Israel havia informado, com base em informações de inteligência e evidências coletadas pelas tropas posicionadas no enclave palestino, que 15 das 137 pessoas que ainda são feitas de reféns na Faixa de Gaza foram mortas.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, emitiu um comunicado no qual publicou os nomes de “15 civis e militares que foram mortos e ainda estão sendo mantidos como reféns em Gaza”. Entre eles estão Shaked Dahan, Tomer Achims, Kirill Borovsky, Assaf Hammi, Mia Goren, Ofra Kidar, Aryeh Zalmanovitz, Eliyahu Margalit, Ronen Engel, Aviv Azili, Ravid Aryeh Katz, Shani Luke, Oren Goldin, Yonatan Samarno e Guy Iloz. Nesta sexta, o Exército de Israel disse que reuperu o corpo do refém franco-israelense Elya Toledano. “Durante uma operação em Gaza, o corpo do refém Elya Toledano, de 28 anos, foi recuperado pelas forças especiais do Exército e levado de volta a Israel”, declarou o Exército. O corpo de Elya Toledano, de 28 anos, foi levado de volta a Israel após ser identificado por especialistas forenses. Os militares Nik Beizer e sargento Ron Scherman também foram encontrados mortos. Segundo as autoridades israelenses, ambos também foram feitos reféns durante os ataques em outubro. Israel acredita que ao menos 132 reféns estão em poder do Hamas na Faixa de Gaza, sendo 112 vivos e 20 mortos.
*Com agências internacionais
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