Julgamento de policial acusado de matar George Floyd começa nesta segunda-feira
Defesa deve argumentar que Derek Chauvin é inocente porque seguiu corretamente o treinamento policial durante a sua abordagem e que vítima estaria sob efeito de drogas
O julgamento de Derek Chauvin, acusado de matar George Floyd, teve início nesta segunda-feira, 29. O ex-policial está respondendo por assassinato, homicídio involuntário e homicídio culposo após ajoelhar sobre o pescoço da vítima durante nove minutos em 25 de maio de 2020. O caso repercutiu na mídia internacional e gerou uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial. Nessa primeira fase, que deve durar de três a quatro semanas, testemunhas serão ouvidas e a procuradoria e os advogados de defesa se apresentarão em frente ao tribunal em Minneapolis, no norte dos Estados Unidos. A defesa deve argumentar que Chauvin é inocente porque seguiu corretamente o treinamento policial durante a sua abordagem, justificando ainda que Floyd morreu por estar sob o efeito de drogas. Já a acusação deve levantar o fato de que existem outros seis incidentes anteriores à morte de Floyd em que o ex-policial imobilizou pessoas pelo pescoço ou ajoelhando-se em cima delas. Dependendo da decisão dos jurados, Chauvin pode pegar de 10 anos de prisão por homicídio culposo a 40 por assassinato em segundo grau.
A expectativa é que até maio as 12 pessoas escolhidas minuciosamente para compor o júri se retirem para discutir, a portas fechadas, as três acusações contra Chauvin. Entre esses indivíduos está uma avó afro-americana aposentada, dois homens de famílias inter-raciais, dois imigrantes, duas mães solteiras brancas e uma enfermeira. Todos eles afirmam ter assistido pelo menos alguma parte do vídeo da morte de George Floyd, mas consideraram ainda assim serem capazes de apresentar uma decisão justa e imparcial. O tribunal demorou duas semanas para escolher os jurados entre as cem opções de candidatos devido à necessidade de encontrar cidadãos que pudessem ter uma visão o mais neutra possível. Foram excluídos todos os que já assumiram ter formado sua opinião sobre o caso ou os que davam respostas consideradas insatisfatórias sobre suas opiniões em relação à polícia e ao movimento Black Lives Matter. A mídia norte-americana considerou que a composição final do grupo representa bem a diversidade do país. Os outros três policiais que participaram da operação também foram demitidos, mas serão julgados separadamente em agosto.
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