Logo após expulsar oficial brasileiro, Ortega nomeou embaixadora da Nicarágua ministra

Itamaraty trabalhou nos bastidores nos últimos dias para reverter a situação, mas não obteve resposta

  • Por Jovem Pan
  • 09/08/2024 20h24 - Atualizado em 09/08/2024 20h24
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Jairo CAJINA / Nicaraguan Presidency / AFP daniel ortega nicarágua Regime de Ortega orientou a embaixadora Fulvia Castro a deixar a embaixada em Brasília

O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, não só tomou a iniciativa de expulsar de Manágua o embaixador brasileiro Breno de Souza Dias, como se antecipou à reação do governo Luiz Inácio Lula da Silva e retirou sua representante de Brasília, sob argumento de que ela será promovida a um cargo de primeiro escalão. O regime de Ortega anunciou que a embaixadora Fulvia Castro será nomeada ministra de Economia Familiar. Ele optou por esvaziar sua representação no país, algo que o Brasil ainda hesita fazer na capital nicaraguense. No timing da expulsão recíproca de embaixadores, Ortega foi quem tomou a iniciativa de protestar em relação ao governo brasileiro e agiu antes de Lula.

O ditador entendeu que o Brasil boicotou a cerimônia de celebração dos 45 anos da Revolução Sandinista e não enviou seu representante ao convescote na Praça da Fé, em 19 de julho passado. A festa reuniu o casal Daniel Ortega e Rosario Murillo e representantes de países alinhados como Cuba, Venezuela, Rússia, China, Irã, entre outros. Em reação, o regime de Ortega comunicou a expulsão do diplomata brasileiro e deu prazo de quinze dias para que deixasse o país, revelou o site Divergentes. O Itamaraty trabalhou nos bastidores nos últimos dias para reverter a situação, mas não obteve resposta. O governo Lula considerou o ato uma “agressão” desproporcional.

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Uma reação equivalente era esperada, e o regime de Ortega orientou a embaixadora Fulvia Castro a deixar a embaixada em Brasília. Segundo funcionários locais, ela trabalhou na capital federal somente até quarta-feira (7), e já na madrugada de quinta-feira (8) partiu em voo comercial. Saiu, portanto, antes que o chanceler Mauro Vieira se reunisse com o presidente Lula, pela manhã, para oficializar a sua expulsão com base no princípio da reciprocidade. O relato dos funcionários coincide com a informação de integrantes do corpo diplomático em Brasília, sobretudo de países centro-americanos com os quais ela mantinha relação mais próxima.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Marcelo Bamonte

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