Maduro diz não ter certeza se será candidato à presidência em 2024

Líder venezuelano disse que está certo de que tomará a melhor decisão; observadores e apoiadores apostam em sua candidatura para terceiro mandato

  • Por Jovem Pan
  • 02/01/2024 14h24 - Atualizado em 02/01/2024 16h16
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EFE/ Rayner Peña R. nicolas maduro O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante um ato no Conselho Nacional Eleitoral (CNE), em Caracas (Venezuela)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não tem certeza se vai se candidatar as eleições presidenciais de 2024. Ao canal ‘Telesur’, o venezuelano disse que ainda é prematuro para falar sobre a candidatura. “O ano acaba de começar. Só Deus sabe… Não Diosdado [Cabello], Deus. Esperemos que se definam os cenários eleitorais […], estou certo de que, com a bênção de Deus, tomaremos a melhor decisão”, disse, referindo-se ao ex-vice-presidente Diosdado Cabello, considerado número dois do chavismo, cujo prenome significa ‘dado por Deus’. Cabello, atual vice-presidente do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), já disse em várias ocasiões que este movimento político considera Maduro seu candidato. Espera-se que em data a determinar, no segundo semestre de 2024, o candidato governista enfrente a ex-deputada María Corina Machado, que ganhou as primárias da oposição e conseguiu aglutinar a maioria de seus nomes. Machado atualmente está inabilitada politicamente, embora tenha apresentado um recurso ao Tribunal Supremo de Justiça no âmbito das negociações entre o governo e a oposição. Ela foi sancionada com 15 anos de inelegibilidade por suposta corrupção e traição à pátria depois de ter apoiado as sanções impostas pelos Estados Unidos à Venezuela. Washington tem reiterado que o cancelamento da inabilitação de Machado é uma das condições para a suspensão definitiva das sanções.

Durante a entrevista, Maduro também falou sobre a disputa territorial pelo Essequibo com a vizinha Guiana: “Estamos passando por um momento de turbulência. Porque a Guiana age não como a República Cooperativa da Guiana, a Guiana está agindo como a ‘Guiana britânica’, aceitando que um navio de guerra vá até sua costa e de sua costa ameace a Venezuela”. No final de dezembro, a Venezuela lançou exercícios militares com mais de 5.000 soldados perto da fronteira, após o anúncio da chegada de um navio de guerra britânico em águas guianesas. As tensões entre Caracas e Georgetown aumentaram depois que a Guiana lançou licitações petrolíferas em setembro e no início de dezembro a Venezuela realizou um referendo em resposta a uma proposta de anexação do Essequibo, território de 160.000 km² rico em petróleo e recursos naturais administrado por Georgetown e reivindicado pela Venezuela. O presidente Maduro e seu par guianês, Irfaan Ali, se comprometeram em uma reunião, em 14 de dezembro, a não usar a força, mas os dois países têm se mantido firmes em suas posições.

*Com informações da AFP 

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