Maduro e presidente da Guiana chegam a São Vicente e Granadinas para reunião

Líderes vão se reunir nesta quinta-feira, 14, para discutir tensão entre os países; Brasil estará presente no encontro 

  • Por Jovem Pan
  • 14/12/2023 12h03 - Atualizado em 14/12/2023 12h05
AHMAD GHARABLI, Patrick T. FALLON / AFP irfaan ali e nicolas maduro (1) Irfaan ALi, presidente da Guiana, e Nicolás Maduro, líder venezuelano

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o líder da Guiana, Irfaan Ali, chegaram a São Vicente e Granadinas, onde será realizado uma reunião entre eles nesta quinta-feira, 14, para discutir a tensão que se formou entre os países após o referendo venezuelano que aprovou a anexação de Essequibo, região que pertence à Guiana, mas que a Venezuela diz ser sua. “Venho buscar pela única via que existe, a via do diálogo e da negociação, soluções efetivas”, disse Maduro à imprensa depois de ser recebido pelo primeiro-ministro do país anfitrião do encontro, Ralph Gonsalves. “Venho com um mandato do povo da Venezuela, com uma palavra de diálogo, com uma palavra de paz, mas para defender os nossos direitos”, afirmou o presidente venezuelano. O Brasil vai participar do encontro. O assessor da presidência para Relações Internacionais, Celso Amorim, foi o enviado. Analistas acreditam que o encontro ajudará a reduzir a tensão, mas terá pouco impacto na resolução da disputa centenária.

A reunião entre presidentes é promovida pela Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos Caribe (CELAC) e pela Comunidade do Caribe (CARICOM), que expressaram preocupação com as declarações cada vez mais duras entre os dois governantes sobre Essequibo, uma área de 160.000 quilômetros quadrados rica em petróleo e em recursos naturais que é administrada por Georgetown e reivindicada por Caracas. O encontro terá posições antagônicas: Maduro considera o encontro como “uma grande conquista para abordar de maneira direta a controvérsia territorial”, enquanto Ali negou que a disputa esteja na agenda e insistiu em sua posição de que a questão deve ser resolvida na Corte Internacional de Justiça (CIJ), que não tem a jurisdição reconhecida pelo governo venezuelano. “Acho que não vai sair nada substancial em termos de reivindicação territorial, porque a posição da Guiana é que não há conversações bilaterais sobre o tema, porque isso está na Corte Internacional de Justiça”, declarou Sadio Garavini di Turno, ex-embaixador da Venezuela no país caribenho. Na terça-feira, 14, o presidente guianês informou que não pretende discutir com Maduro a questão de Essequibo. Segundo Ali o intuito do encontro com Maduro tem como objetivo reduzir a tensão entre os países. O Brasil, que defende uma solução pacífica, anunciou a decisão de reforçar a presença militar na fronteira.

*Com informações da AFP

 

 

 

 

 

 

 

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