Manifestantes promovem distúrbio em frente ao Congresso argentino durante debate da reforma de Milei

Incidentes deixaram vários feridos, incluindo cinco deputados afetados por gás lacrimogêneo, além de carros incendiados

  • Por Jovem Pan
  • 12/06/2024 19h51
Luis ROBAYO / AFP argentina Manifestantes entram em confronto com a polícia de choque durante um protesto perto do Congresso Nacional em Buenos Aires

Incidentes em frente ao Congresso argentino deixaram vários feridos nesta quarta-feira (12), incluindo cinco deputados afetados por gás lacrimogêneo, além de carros incendiados, após a polícia reprimir um protesto enquanto o Senado debatia um pacote de reformas cruciais para o presidente ultraliberal Javier Milei. Os distúrbios começaram quando os manifestantes tentaram driblar o sistema de barricadas montado para isolar o Congresso, em meio a um protesto de milhares de pessoas contra a lei que inclui incentivos a grandes investimentos, uma reforma trabalhista, privatizações e uma polêmica delegação de poderes legislativos a Milei. Os distúrbios começaram quando os manifestantes tentaram passar pelo sistema de barricadas montado para isolar o Congresso e foram repelidos com gás lacrimogêneo, balas de borracha e jatos de caminhões-pipa. Os manifestantes reagiram atirando pedras nos policiais e pelo menos dois carros foram incendiados, incluindo um da emissora de rádio Cadena 3.

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Dentro do Congresso estava em debate a Lei de Bases, um passo crucial para Milei, que após seis meses de governo ainda não conseguiu apoio legislativo. Uma comissão de senadores intercedeu junto às forças de segurança para tentar acalmar os ânimos. O debate deve se estender até a madrugada desta quinta-feira. O Senado discute a Lei de Bases, que em seus 238 artigos inclui incentivos a grandes investimentos por 30 anos, uma reforma trabalhista, privatizações e uma polêmica delegação de poderes legislativos ao presidente ultraliberal, que necessita de apoio dos congressistas após não conseguir aprovar uma única lei em seis meses de governo. A reforma trabalhista em particular “retorna ao século passado, quando o funcionário não tinha nenhum direito trabalhista; não resiste à análise constitucional e vai gerar conflito e litigiosidade”, acusou o senador opositor Mariano Recalde. A lei já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados em abril.

Se os senadores o ratificarem, o texto retornará à Câmara Baixa para sanção definitiva. “O esforço dos argentinos nestes meses é colossal, esperamos (com esta lei) lançar as bases do progresso”, disse em seu discurso de abertura o senador governista Bartolomé Abdala. A via legislativa tem sido difícil para o pequeno partido Liberdade Avança, de Milei, que é minoritário em ambas as câmaras. Milei, que viaja para a Itália na noite desta quarta-feira para participar da cúpula do G7, defendeu seu pacote de reformas: “passaram seis meses discutindo a Lei de Bases, que teria feito o ajuste ser menos doloroso, mas para a política isso não importa”.

Publicado por Sarah Américo

*Com informação da AFP

 

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