Milei cancela repasses de publicidade à imprensa, corta 34% dos cargos públicos e se prepara para evitar hiperinflação

Ministro da Economia anunciará às 17h desta terça o primeiro pacote de medidas econômicas; presidente da Argentina defende um tratamento de choque para evitar catástrofe do país

  • Por Jovem Pan
  • 12/12/2023 11h37
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Juan MABROMATA / AFP Javier Milei Javier Mileri assumiu a presidência da Argentina no dia 10 de dezembro

A Argentina vai anunciar às 17h (mesmo horário em Brasília) desta terça-feira, 12, as primeiras medidas econômicas para evitar uma hiperinflação. O presidente Javier Milei, que assumiu a presidência do país no último dia 10, promete fazer o impossível no curto para evitar a catástrofe que a situação, e defende que é necessário um tratamento de choque e que o ajuste fiscal será equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB). A Argentina está atolada em uma grava crise econômica, com inflação anualizada superior a 140% e uma taxa de pobreza que ultrapassa os 40%. “A inflação que vamos evitar certamente será muito mais devastadora que a hiperinflação dos anos de 1989 e 1990. Por isso a nossa preocupação e a urgência nas medidas”, destacou o ministro da Economia, Luis Caputo.

Nas suas declarações, o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, evitou referir-se às decisões que serão tomadas no mercado de moedas, sujeito a um regime de controle desde 2019 com uma dezena de taxas de câmbio diferentes. Ele reiterou, porém, que haverá uma redução significativa do tamanho do Estado. “O Estado do tamanho de um elefante não pode continuar a existir porque do outro lado você tem pessoas que o sustentam com os seus impostos – diretos ou indiretos – que não conseguem colocar um prato de comida na mesa”, considerou. Nesse sentido, lembrou que, a partir da Lei dos Ministérios, sancionada em 10 de dezembro, quando Milei tomou posse, as pastas ministeriais foram reduzidas de 18 para 9; as secretarias de 106 para 54; e as subsecretarias de 182 a 149, em uma redução total de 34%.

inflação na Argentina   pobreza na Argentina

O setor público na Argentina representa mais de 18% do emprego total, um dos percentuais mais elevados da América Latina, com quase 3,4 milhões de pessoas. “O objetivo é fazer o impossível no curtíssimo prazo para evitar a catástrofe. Estamos diante de uma das crises mais profundas da história e caminhamos para uma hiperinflação. A decisão é evitá-la”, declarou o porta-voz presidencial em coletiva de imprensa na Casa Rosada. Adorni confirmou o fim da publicidade institucional na imprensa “durante um ano”. O porta-voz anúncio que o pacote de medidas econômicas a ser anunciado terá como foco “cobrir esta emergência econômica” para tentar “evitar uma catástrofe maior”.

Adorni reiterou que os contratos e nomeações públicas feitas pelo governo anterior no último ano “estão em revisão” e acrescentou que haverá a “sanção correspondente” para os funcionários que não queiram colaborar com o Executivo. Os movimentos piqueteros e as forças políticas de esquerda convocaram os primeiros protestos contra os ajustes econômicos antecipados por Milei para o dia 20 de dezembro. Essa data remonta à grave crise de 2001 na Argentina, que desencadeou um grave cenário econômico e social no país sul-americano e levou à renúncia dos presidentes Fernando de la Rúa (1999-2001) e Adolfo Rodríguez Saá (2001)

Argentina

*Com agências internacionais 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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