Milhares protestam contra bloqueio de estradas, vandalismo e paralisação na Colômbia

Os manifestantes também expressaram apoio às forças de segurança, que têm sido duramente criticadas pela comunidade internacional pelo uso desproporcional de força

  • Por Jovem Pan
  • 31/05/2021 14h18 - Atualizado em 31/05/2021 16h05
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EFE/ Mauricio Dueñs Castañeda Um homem discute com uma mulher que participa de uma passeata que rejeita e pede o fim da Jovem discute com idosa que participava de passeata pedindo o fim da greve geral na Colômbia

Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo, 31, para protestar contra as manifestações que estão acontecendo na Colômbia desde o fim de abril e resultaram em atos de vandalismo, bloqueio de estradas e paralisação nacional. A marcha foi convocada pelo Centro Democrático, partido do presidente Iván Duque. Vestidas de branco e carregando bandeiras colombianas, essas pessoas pediam por um país livre “dos traficantes de drogas, da Farc e da esquerda” e também expressaram apoio às forças de segurança, que têm sido duramente criticadas pela comunidade internacional pelo uso desproporcional de força para reprimir manifestantes, que teriam levado a mortes, lesões e até agressões sexuais. A diferença de idade foi notória entre as manifestações deste domingo e as dos dias anteriores, quando milhares de jovens tomaram as ruas para protestar contra a profunda desigualdade, a falta de emprego e oportunidades.

Preocupação internacional

O Escritório do Alto Comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos recebeu relatórios que indicam que 14 pessoas morreram e 98 ficaram feridas – 54 a tiros – em Cali na sexta-feira, 28. “Estes fatos são muito preocupantes após o progresso que estava sendo feito para resolver a revolta social através do diálogo”, disse a alta comissária, Michelle Bachelet, que pediu uma investigação sobre todos que causaram mortes ou feriram outros, incluindo agentes do Estado, e que sejam punidos de acordo com sua responsabilidade. A polícia reconheceu a presença de civis que “utilizaram armas de fogo indiscriminadamente contra outras pessoas” e garantiu que investigará os agentes que estavam presentes e “omitiram seu dever de evitar que esses fatos ocorressem e de capturar essas pessoas”.

A ONG Temblores e o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz) contabilizam 60 mortes durante os protestos do último mês na Colômbia, 43 atribuídas às forças de segurança. Do total de mortes, 39 ocorreram em Cali, a maioria na primeira semana de protestos. Por outro lado, o Ministério Público conta 43 mortes, apenas “17 delas com uma ligação direta aos protestos”, e continua a procurar 123 pessoas dadas como desaparecidas durante as manifestações. Cali está em situação estável desde que foi militarizada no sábado, 29. As autoridades anunciaram o desbloqueio de várias partes de Cali que ficaram sitiadas e onde o serviço de coleta de lixo e escombros foi restaurado. Pelo menos 600 caminhões com mantimentos e diversos caminhões-tanque com combustível chegaram para abastecer a região, de acordo com a presidência.

*Com informações da EFE

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