Missão da ONU chega à usina nuclear de Zaporizhia em meio à escalada dos bombardeios
Central está se deteriorando há semanas e alimenta temores de desastre de radiação no estilo de Chernobyl; Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre autoria dos ataques e tentativa de sabotagem da operação
Inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) chegaram nesta quinta-feira (1) à central nuclear de Zaporizhia, no sul da Ucrânia, para uma missão aguardada e arriscada. De acordo com a agência russa de notícias “Interfax”, o comboio da ONU, formado por nove veículos, entrou no território da maior central atômica da Europa por volta de 8h15 (horário de Brasília). Há semanas a usina tem sido alvo de bombardeios que danificaram parte das instalações. Rússia e Ucrânia trocam, constantemente, acusações sobre a autoria dos ataques que intensificaram os alertas do risco de um desastre nuclear no local. Hoje mesmo, um dos reatores da usina foi parado, depois que ocorreram novos ataques durante a madrugada em área próxima. As condições na usina nuclear, a maior da Europa, estão se deteriorando há dias e alimenta temores de desastre de radiação no estilo de Chernobyl. Diferente do que tinha sido informado na quarta-feira, que a operação poderia durar dias, uma fonte, em condição de anonimado, afirmou que “a missão pode ser mais curta do que o planejado”.
O bombardeio realizado nesta quinta voltou a fazer com que Moscou e Kiev se acusassem de tentar sabotar a missão da AIEA. A empresa nuclear estatal ucraniana Energoatom disse que o ataque russo forçou o fechamento de um dos dois únicos reatores em operação no local, enquanto Moscou disse que frustrou uma tentativa ucraniana de tomar a usina. O chefe da AIEA, Rafael Grossi, declarou a repórteres pela manhã que estava ciente do “aumento da atividade militar na área”, mas que seguiria em frente com o plano de visitar as instalações e se reunir com funcionários. Os inspetores da AIEA, vestindo coletes à prova de balas e viajando em cruzadores terrestres blindados brancos com as marcações da ONU nas laterais, ficaram retidos no primeiro posto de controle perto da cidade após relatos dos bombardeios.
*Com informações da AFP, EFE e Reuters
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