Myanmar: professores e estudantes aderem à paralisação contra golpe militar

As manifestações pelo país continuaram apesar das autoridades terem bloqueado o acesso ao Facebook, que vinha sendo usado pela população como meio de se mobilizar contra o exército

  • Por Jovem Pan
  • 05/02/2021 11h59
EFE/EPA/NYEIN CHAN NAING O ato de estender três dedos, copiado das manifestações contra a monarquia na Tailândia, se tornou símbolo da resistência no Myanmar

Professores e estudantes universitários do Myanmar aderiram ao movimento de desobediência civil em resposta ao golpe militar. Nesta sexta-feira, 5, centenas de pessoas se reuniram na Universidade de Dagon, na Universidade de Rangun e em outras faculdades espalhadas pelo país para protestar contra a intervenção do exército no governo eleito democraticamente e pedir a libertação dos cerca de 147 presos políticos. O movimento de resistência foi iniciado na última quarta-feira, 3, pela paralisação dos profissionais da saúde de mais de 80 hospitais públicos do Myanmar. Antes, a população já tinha feito panelaços e buzinaços para demonstrar o seu descontentamento. Em todas essas manifestações, tem sido utilizado o ato de erguer uma das mãos com os três dedos do meio estendidos. O gesto, que já vinha sendo utilizado nas manifestações contra a monarquia na Tailândia, é inspirado na trilogia de ficção “Jogos Vorazes”.

Sob a justificativa de manter a “estabilidade” do país, os militares que estão no comando do Myanmar bloquearam o acesso ao Facebook desde essa quinta-feira, 4. Na ocasião do golpe militar, que aconteceu no dia 1, eles já tinham cortado a maioria das linhas de comunicação, de forma que apenas a emissora de televisão Myawaddy News, que pertence aos militares, continua funcionando. O exército alega que houve fraude nas eleições de novembro do ano passado, quando o partido democrático conquistou 83% dos assentos no Parlamento.

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