Em reunião para discutir guerra em Gaza, Netanyahu diz que trabalhará com Biden ‘nos próximos meses’

Biden pressionou, nesta quinta-feira (25), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para que alcance ‘logo’ um cessar-fogo em Gaza, após um aperto de mãos na Casa Branca que mascarou uma relação complicada

  • Por Jovem Pan
  • 25/07/2024 15h01 - Atualizado em 25/07/2024 19h37
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EFE/EPA/SAMUEL CORUM / POOL Netanyahu e Biden na Casa Branca Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fala com o presidente dos EUA, Joe Biden, numa reunião bilateral no Salão Oval da Casa Branca

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira (25) que trabalhará com o presidente americano, Joe Biden, durante o restante de seu mandato, quatro dias depois de Biden, de 81 anos, anunciar que desistiria da corrida pela reeleição. “De um orgulhoso judeu sionista a um orgulhoso sionista irlandês-americano, quero agradecer por seus 50 anos de serviço público e seus 50 anos de apoio ao Estado de Israel, e estou ansioso para debater com você hoje e trabalhar com você nos próximos meses”, disse Netanyahu ao se reunir pela primeira vez com Biden na Casa Branca para falar de um acordo de cessar-fogo em Gaza. Biden pressionou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para que alcance “logo” um cessar-fogo em Gaza, após um aperto de mãos na Casa Branca que mascarou uma relação complicada. Ambos os líderes mostraram sorrisos diante das câmeras ao se reunirem no Salão Oval.

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Netanyahu, de 74 anos, também marcou uma reunião separada com a vice-presidente e provável candidata presidencial democrata Kamala Harris, evidenciando a nova realidade política nos Estados Unidos. Biden e Netanyahu se reuniram posteriormente com as famílias dos reféns americanos retidos em Gaza, muitas das quais pediram a Netanyahu um acordo de cessar-fogo. Nas proximidades da Casa Branca, um grupo de manifestantes gritou palavras de ordem contra a visita após a polêmica desencadeada por uma manifestação na véspera. Harris qualificou como “desprezível” e “antipatriótica” a queima de uma bandeira americana por manifestantes, depois que os republicanos acusaram os democratas de serem pró-Hamas.

“Lacunas finais” –

A relação entre Biden e Netanyahu é tensa devido à forma como Israel conduz a guerra desencadeada pelos ataques do Hamas em 7 de outubro. Mas as discordâncias não impediram um apoio militar constante. Em um discurso na quarta-feira (24) para explicar por que se retirou das eleições presidenciais dos Estados Unidos, Biden deixou claro que o conflito entre israelenses e palestinos continua sendo uma prioridade máxima. Um funcionário do governo americano afirmou na quarta-feira que as negociações para um acordo sobre Gaza estão nas “etapas finais” e que Biden tentará fechar algumas “lacunas finais” com Netanyahu. Uma possível trégua depende de vários fios soltos, por exemplo de como entraria em vigor, agora que o Hamas já não exige que Israel se retire completamente da Faixa de Gaza.

O premiê se encontrará na sexta-feira (26) com o candidato republicano Donald Trump em sua residência de Mar-a-Lago na Flórida. O ex-presidente instou na manhã de quinta-feira Israel a “terminar” rapidamente a guerra em Gaza. “É preciso acabar com isso rápido. Não pode continuar assim. Está durando demais. É demais”, disse Trump à Fox News.

Biden ofereceu a Israel um firme apoio desde 7 de outubro, inclusive abraçando Netanyahu no aeroporto de Tel Aviv poucos dias após os ataques. Mas o presidente americano se tornou cada vez mais crítico a Israel pelo número de mortes palestinas em sua ofensiva em Gaza e pelas restrições à quantidade de ajuda humanitária que chega ao devastado território.

O ataque do Hamas em 7 de outubro provocou a morte de 1.197 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo um levantamento, baseado em dados oficiais israelenses. Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 111 continuam em cativeiro na Faixa de Gaza, incluindo 39 que o Exército acredita que estejam mortas. A ofensiva militar de Israel contra Gaza matou mais de 39 mil palestinos, também em sua maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas.

*Com informações da AFP
Publicado por Carolina Ferreira

 

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