Em reunião para discutir guerra em Gaza, Netanyahu diz que trabalhará com Biden ‘nos próximos meses’
Biden pressionou, nesta quinta-feira (25), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para que alcance ‘logo’ um cessar-fogo em Gaza, após um aperto de mãos na Casa Branca que mascarou uma relação complicada
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira (25) que trabalhará com o presidente americano, Joe Biden, durante o restante de seu mandato, quatro dias depois de Biden, de 81 anos, anunciar que desistiria da corrida pela reeleição. “De um orgulhoso judeu sionista a um orgulhoso sionista irlandês-americano, quero agradecer por seus 50 anos de serviço público e seus 50 anos de apoio ao Estado de Israel, e estou ansioso para debater com você hoje e trabalhar com você nos próximos meses”, disse Netanyahu ao se reunir pela primeira vez com Biden na Casa Branca para falar de um acordo de cessar-fogo em Gaza. Biden pressionou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para que alcance “logo” um cessar-fogo em Gaza, após um aperto de mãos na Casa Branca que mascarou uma relação complicada. Ambos os líderes mostraram sorrisos diante das câmeras ao se reunirem no Salão Oval.
Netanyahu, de 74 anos, também marcou uma reunião separada com a vice-presidente e provável candidata presidencial democrata Kamala Harris, evidenciando a nova realidade política nos Estados Unidos. Biden e Netanyahu se reuniram posteriormente com as famílias dos reféns americanos retidos em Gaza, muitas das quais pediram a Netanyahu um acordo de cessar-fogo. Nas proximidades da Casa Branca, um grupo de manifestantes gritou palavras de ordem contra a visita após a polêmica desencadeada por uma manifestação na véspera. Harris qualificou como “desprezível” e “antipatriótica” a queima de uma bandeira americana por manifestantes, depois que os republicanos acusaram os democratas de serem pró-Hamas.
“Lacunas finais” –
A relação entre Biden e Netanyahu é tensa devido à forma como Israel conduz a guerra desencadeada pelos ataques do Hamas em 7 de outubro. Mas as discordâncias não impediram um apoio militar constante. Em um discurso na quarta-feira (24) para explicar por que se retirou das eleições presidenciais dos Estados Unidos, Biden deixou claro que o conflito entre israelenses e palestinos continua sendo uma prioridade máxima. Um funcionário do governo americano afirmou na quarta-feira que as negociações para um acordo sobre Gaza estão nas “etapas finais” e que Biden tentará fechar algumas “lacunas finais” com Netanyahu. Uma possível trégua depende de vários fios soltos, por exemplo de como entraria em vigor, agora que o Hamas já não exige que Israel se retire completamente da Faixa de Gaza.
O premiê se encontrará na sexta-feira (26) com o candidato republicano Donald Trump em sua residência de Mar-a-Lago na Flórida. O ex-presidente instou na manhã de quinta-feira Israel a “terminar” rapidamente a guerra em Gaza. “É preciso acabar com isso rápido. Não pode continuar assim. Está durando demais. É demais”, disse Trump à Fox News.
Biden ofereceu a Israel um firme apoio desde 7 de outubro, inclusive abraçando Netanyahu no aeroporto de Tel Aviv poucos dias após os ataques. Mas o presidente americano se tornou cada vez mais crítico a Israel pelo número de mortes palestinas em sua ofensiva em Gaza e pelas restrições à quantidade de ajuda humanitária que chega ao devastado território.
O ataque do Hamas em 7 de outubro provocou a morte de 1.197 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo um levantamento, baseado em dados oficiais israelenses. Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 111 continuam em cativeiro na Faixa de Gaza, incluindo 39 que o Exército acredita que estejam mortas. A ofensiva militar de Israel contra Gaza matou mais de 39 mil palestinos, também em sua maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas.
*Com informações da AFP
Publicado por Carolina Ferreira
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