Covid-19: Novo surto que começou em mercado chinês tem mais de 100 casos

Possivelmente, o vírus estava em uma tábua de cortar peixes utilizada por um vendedor de salmão importado

  • Por Jovem Pan
  • 15/06/2020 19h19 - Atualizado em 15/06/2020 19h22
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Roman Pilipey/EFE Pequim estava há 50 dias sem nenhum contágio

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta segunda-feira (15) que mais de cem casos de Covid-19 foram confirmados na China em um novo surto, reportado na semana passada no principal mercado de alimentos de Pequim, depois de 50 dias sem nenhum contágio.

Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, a origem e o alcance deste surto estão sendo investigados. Possivelmente, o vírus SARS-CoV-2 estava em uma tábua de cortar peixes utilizada por um vendedor de salmão importado no mercado de Xinfadi. Perguntado se seria necessário fazer testes em todos os produtos que vêm de fora, o diretor do Programa de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan, afirmou que acredita que todas as embalagens deveriam ser testadas de forma sistemática.”É precisa estudar o que aconteceu neste caso, não me parece que seja a hipótese principal”, comentou.

Em entrevista coletiva virtual, Ryan detalhou que a OMS tem uma equipe na China — que inclui epidemiologistas — que trabalha diariamente em colaboração com especialistas chineses. Já Adhanom ressaltou que todos os países, inclusive aqueles que demonstraram capacidade de diminuir a transmissão do novo coronavírus, “devem permanecer alertas para um possível ressurgimento”.

A chefe do grupo técnico para gestão da pandemia na OMS, Maria Von Kerkhove, foi na mesma linha, e afirmou que “todos têm que estar muito preparados” para enfrentar um novo surto como este que foi detectado na China. Para ela, a prioridade é poder identificar os casos, rastrear contatos e isolá-los, tudo feito rapidamente. “Todos os surtos preocupam, por menores que sejam. Cada caso de Covid-19 tem que ser acompanhado, mas os surtos são específicos e os grupos nos quais ocorrem são importantes porque temos que entender o que fez com que os casos se agrupassem”, acrescentou.

A OMS espera que agora que as autoridades chinesas divulguem o sequenciamento genético do vírus que circula no mercado de Xinfadi. Ryan declarou que, se for comprovado que se trata da cepa mais comum que está sendo transmitida pela Europa, isto pode refletir uma transmissão de humano para humano.

Ao comentar a situação do Brasil, Ryan disse que, assim como a América Latina tem sido o “ponto quente” da epidemia nas últimas semanas, há outros países onde os casos também estão aumentando acentuadamente, como no Sul da Ásia, na Europa Oriental e na Ásia Central. “Não se pode apontar o dedo para o Brasil. Por exemplo, também há aumentos significativos de casos no México e no Chile”, concluiu.

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* Com EFE

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