OMS lamenta corte de verba dos EUA e promete tentar ‘preencher vazio’

  • Por Jovem Pan
  • 15/04/2020 13h09 - Atualizado em 15/04/2020 13h16
Salvatore Di Nolfi/EFE Tedros Adhanom é o atual diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS)

O diretor geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, lamentou nesta quarta-feira (15) a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de congelar as contribuições destinadas ao órgão, mas garantiu que trabalhará “para tentar preencher esse vazio” na luta contra a Covid-19.

“Sentimos a decisão a respeito de uma organização que tem trabalhado pela saúde dos mais pobres e vulneráveis do mundo”, disse o líder da OMS, em entrevista coletiva.

“Revisaremos o impacto desta retirada em nosso financiamento e trabalharemos com outros, para tentar preencher esse vazio, com a finalidade de garantir que o trabalho continue sem interrupções”, completou.

O alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, também lamentou a suspensão dos aportes do governo americano à OMS.

“Não há razão para justificar esta decisão em um momento em que os esforços (da OMS) são mais do que nunca necessários para ajudar a conter e mitigar a pandemia do coronavírus”, afirmou, além de dizer que unir forças é a única forma de ultrapassar uma crise “que não conhece fronteiras”.

Na mesma linha, o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, destacou que “retirar-se desta luta global é deixar o mundo inteiro para trás”, ressaltando que a OMS é um dos principais parceiros internacionais do bloco da UE quando se trata de “salvar vidas”. “É crucial que trabalhemos juntos em escala global para salvar vidas, especialmente as mais vulneráveis e as que estão em maior risco”, acrescentou.

Por que os EUA cortaram verbas destinadas à OMS?

Ontem, Trump justificou a decisão pela oposição da OMS ao fechamento das fronteiras para combater a propagação do vírus, por não ter agido mais cedo e por ter não só confiado, mas também “elogiado” o governo da China, país onde a pandemia surgiu.

“Com a pandemia de Covid-19, temos sérias dúvidas se a generosidade dos Estados Unidos foi aproveitada da melhor maneira possível”, afirmou o chefe de governo americano, que comanda o país com mais casos e mortes no planeta.

*Com informações da Agência EFE

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