OMS: Há ‘evidências emergentes’ de transmissão da Covid-19 pelo ar

Em carta aberta, 239 especialistas de 32 países indicaram que as partículas flutuantes do coronavírus podem infectar pessoas que as inalam

  • Por Jovem Pan
  • 08/07/2020 10h34
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ITAWI ALBUQUERQUE/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Brasil é um dos pais mais afetados pela pandemia do novo coronavírus No Brasil, o Centro de Contingência da Covid-19 do Estado de São Paulo está analisando as chances de transmissão da doença pelo ar antes de determinar a reabertura de parques urbanos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu na terça-feira (7) “evidências emergentes” de transmissão pelo ar da Covid-19. A nova informação foi transmitida após um grupo de cientistas cobrar o órgão sobre atualizações de suas orientações sobre a doença.

“Temos conversado sobre a possibilidade de transmissão pelo ar e transmissão por aerossol como uma das modalidades de transmissão da Covid-19”, disse Maria Van Kerkhove, principal autoridade técnica da OMS para a pandemia da doença. Anteriormente, o órgão havia informado que o novo coronavírus se disseminava principalmente por meio de pequenas gotículas expelidas pelo nariz e pela boca de uma pessoa infectada.

Entretanto, em carta aberta enviada à agência sediada em Genebra e publicada na segunda-feira (6) no periódico científico Clinical Infectious Diseases, 239 especialistas de 32 países indicaram que, segundo eles, partículas flutuantes do coronavírus podem infectar pessoas que as inalam. Como essas partículas menores que são exaladas podem permanecer no ar, os cientistas pediram à OMS que atualizasse as diretrizes.

Em entrevista em Genebra, Benedetta Allegranzi, principal autoridade técnica em prevenção e controle de infecções da OMS, disse que há evidências emergentes de transmissão do novo coronavírus pelo ar, mas que elas não são definitivas. “A possibilidade de transmissão pelo ar em locais públicos – especialmente em condições muito específicas, locais cheios, fechados, mal ventilados que foram descritos – não pode ser descartada. Entretanto, os indícios precisam ser reunidos e interpretados, e continuamos a apoiar isso”, afirmou.

Qualquer alteração na avaliação de risco de transmissão pela OMS pode afetar as políticas de orientação em diversos países, nos quais os governos se baseiam nas recomendações para definir as medidas de saúde pública destinadas a conter a propagação do vírus.

No Brasil, o Centro de Contingência da Covid-19 do Estado de São Paulo está analisando as chances de transmissão da doença pelo ar antes de determinar a reabertura de parques urbanos, temáticos e ecológicos. Segundo o coordenador executivo do órgão, João Gabbardo, as pesquisas mostram que o nível de contaminação ao ar livre é pequeno. No entanto, a nova informação da OMS pode alterar as decisões das autoridades de saúde.

*Com informações da Agência Brasil

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