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ONU autoriza investigação sobre ‘sangrenta repressão’ aos protestos no Irã

Assembleia Geral da ONU escolhe novos representantes do Conselho dos Direitos Humanos da ONU

O Conselho de Direitos Humanos da ONU autorizou uma investigação internacional sobre a sangrenta repressão aos protestos no Irã, com o objetivo de reunir provas para, possivelmente, processar os responsáveis. A resolução apresentada por Alemanha e Islândia foi aprovada por 25 votos a favor, seis contra e 16 abstenções, sendo o Brasil uma delas. Entre os países da América Latina, posicionaram-se a favor da medida Argentina, Honduras e Paraguai. Com a decisão, a missão pode investigar se houve violações de direitos humanos na República Islâmica do Irã. “As autoridades iranianas não poderão realizar esta violenta repressão de maneira anônima; a comunidade internacional está observando”, reagiu a embaixadora dos Estados Unidos, Michèle Taylor. A ONG Anistia Internacional aplaudiu o que chamou de “resolução histórica”, que representa “um passo importante para acabar com a impunidade”. O documento recém-aprovado pede que o grupo, avalie os fatos e colete, consolide e analise evidências que possam ser usadas em futuros processos. A reunião, realizada nesta quinta-feira, 24, aconteceu em Genebra. Desde o dia 16 de setembro, centenas de manifestantes saem diariamente nas ruas em buscas de liberdade para as mulheres.

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Os protestos, que já duram mais de dois meses, foram desencadeados após a morte de Mahsa Amini, uma jovem que morreu após ser levada pela polícia da moral por umas ‘trajes inadequados’. Esta onda de protestos contra o governo  alcançou uma magnitude sem precedentes desde a Revolução Islâmica de 1979. Segundo o Relator Especial da ONU para o Irã, mais de 15 mil pessoas foram detidas. A justiça iraniana já pronunciou seis sentenças de morte relacionadas às manifestações e anunciou esta semana a prisão de “40 estrangeiros” acusados de participar dos “motins” no Irã nestes dois meses. As manifestações receberam apoio do mundo inteiro, inclusive durante a Copa do Mundo no Catar, onde os torcedores levantaram cartazes que diziam “liberdade para as mulheres” e os jogadores deixaram de cantar o hino. Enquanto o debate no Conselho era realizado, a agência de notícias iraniana Fars anunciou a detenção do jogador de futebol Voria Ghafouri, acusado de ter “insultado e manchado a reputação da seleção nacional” e de ter feito “propaganda” contra a República Islâmica.

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