ONU diz que ‘motivos razoáveis’ apontam que Hamas estuprou vítimas em Israel durante ataque

Relatório divulgado pelo órgão mostra que alguns corpos foram localizados nus ou parcialmente sem roupa da cintura para baixo, e com as mãos amarradas, o que é um padrão de violência sexual

  • Por Sarah Américo
  • 04/03/2024 22h45 - Atualizado em 04/03/2024 23h50
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SOUTH FIRST RESPONDERS / AFP sequestro na guerra no oriente medio Uma captura de um vídeo UGC postado no canal Telegram "South First Responders" em 9 de outubro de 2023 mostra um militante palestino armado liderando um homem durante o festival de música Supernova, perto do Kibutz Reim, no deserto de Negev, no sul de Israel, em 7 de outubro

Um relatório elaborado por especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que há motivos razoáveis para acreditar que o Hamas estuprou, torturou sexualmente e realizou outros tratamentos cruéis e desumanos com as mulheres durante a invasão a Israel no dia 7 de outubro. Ato que desencadeou no conflito que completa cinco meses em três dias. “Foram reunidas informações circunstanciais críveis, que podem ser indicativas de algumas formas de violência sexual, incluindo mutilação genital, tortura sexual ou tratamento cruel, desumano e degradante”, diz o relatório de 24 páginas da ONU, que foi produzido após uma viagem da equipe de Pramila Patten, representante especial da ONU sobre Violência Sexual em Conflitos, a Israel e Cisjordânia entre 29 de janeiro e 14 de fevereiro. .

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Além das agressões cometidas no dia da invasão, Patten acredita que os atos desumanos ainda estejam ocorrendo com as reféns que se encontram sob domínio do grupo terroristas e seus aliados. O Hamas, por diversas vezes, negou que tenha cometido tal crime. “Há motivos razoáveis para acreditar que ocorreu violência sexual relacionada a conflitos durante os ataques de 7 de outubro em vários locais ao longo da periferia de Gaza, incluindo estupro e estupro em grupo, em pelo menos três locais”, diz Patten, que também reporta que alguns dos corpos que a equipe viu estavam nus ou parcialmente nus da cintura para baixo e com as mãos amarradas, o que, segundo ela, é um padrão que indica que pode ser indicativo de algumas formas de violência sexual.

Diante da revelação dessas informações, Israel convocou o embaixador do país nas Nações Unidas para consultas, alegando que o órgão tentou “silenciar” um relatório sobre violência sexual durante o ataque do grupo islâmico Hamas. “Ordenei que nosso embaixador na ONU, Gilad Erdan, retorne a Israel para consultas imediatas sobre a tentativa de silenciar o sério relatório da ONU sobre as visíveis massivas cometidas pelo Hamas e seus colaboradores em 7 de outubro”, escreveu o chanceler em sua conta na rede social X (antigo Twitter).

“O secretário-geral da ONU (António Guterres) não convocou o Conselho de Segurança à luz das conclusões (do relatório) para declarar o Hamas uma organização terrorista e impor avaliações aos seus apoiadores”, acrescentou. Em mensagem separada, Katz pediu a Guterres que o Hamas seja “reconhecido globalmente como uma entidade terrorista e que as nações que o apoiam sejam rotuladas como patrocinadas do terrorismo”. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores de Israel expressou a sua “satisfação com o reconhecimento explícito por um funcionário da ONU da prática de crimes sexuais pelo Hamas”, enfatizando que é a primeira vez que isso acontece.

*Com informações da EFE

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