‘ONU foi esvaziada, nunca teve mulher no comando e precisa de reforma antes de nova guerra’, diz Lula

Petista declarou que ‘não tem ilusões’ sobre o quão complexa seria uma mudança na Organização das Nações Unidas, mas que tentativa é necessária

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2024 12h07
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Spencer Platt/Getty Images/AFP lula na onu 'É hora de reagir com vigor a essa situação', disse Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (24) em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, que as Nações Unidas estão esvaziadas e precisam ser reformadas antes que uma tragédia, como a Segunda Guerra Mundial, se repita. Ele também criticou o fato de a organização nunca ter tido uma mulher como secretária-geral. “Estamos chegando ao final do primeiro quarto do século XXI com as Nações Unidas cada vez mais esvaziadas e paralisadas. É hora de reagir com vigor a essa situação, restituindo à organização as prerrogativas que decorrem da sua condição de foro universal. Não bastam ajustes pontuais. Precisamos contemplar uma ampla revisão da Carta”, disse o petista.

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Ele defendeu transformar o Conselho Econômico e Social no principal espaço para discussões sobre desenvolvimento sustentável; reforçar o papel da Assembleia Geral, inclusive em debates sobre paz e segurança internacional; fortalecer a Comissão de Consolidação da Paz; e reformar o Conselho de Segurança — colegiado em Estados Unidos, China, Rússia, Reino Unido e França têm poder de, individualmente, vetar os principais movimentos da comunidade internacional.

“A exclusão da América Latina e da África de assentos permanentes no Conselho de Segurança é um eco inaceitável de práticas de dominação do passado colonial”, disse Lula. A reforma do Conselho de Segurança é um pleito antigo do Brasil. Lula também criticou a falta de equilíbrio de gênero na governança global. “O cargo de secretário-geral jamais foi ocupado por uma mulher”, disse o petista. O petista declarou que não tem ilusões sobre o quão complexa seria uma reforma dessa monta na Organização das Nações Unidas. “Exigirá enorme esforço de negociação. Mas essa é a nossa responsabilidade. Não podemos esperar por outra tragédia mundial, como a Segunda Grande Guerra, para só então construir sobre os seus escombros uma nova governança global”, disse Lula.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Marcelo Bamonte

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