ONU pede tratamento igualitário a africanos que tentam deixar a Ucrânia

Imigrantes foram barrados de entrar em trens para outros países ou nas fronteiras

  • Por Jovem Pan
  • 02/03/2022 16h05 - Atualizado em 02/03/2022 16h09
Wojtek Radwanski / AFP Imigrante africano próximo à fronteira entre Ucrânia e Polônia Imigrante africano próximo à fronteira entre Ucrânia e Polônia

O Alto Comissariado da Nações Unidas para Refugiados (Acnur) manifestou preocupação com o tratamento recebido por cidadãos africanos que tentam sair da Ucrânia após o início da invasão russa ao país. Relatos e vídeos em redes sociais mostram imigrantes de países africanos sendo barrados de cruzar a fronteira com a Polônia, ou mesmo de entrar em trens ainda em território ucraniano. “O Acnur está ciente e muito preocupado com as denúncias de discriminação racial. Nossa posição é que, independentemente de nacionalidade e raça, as pessoas que buscam proteção devem ter permissão para buscar segurança e deixar a Ucrânia”, disse o porta-voz do Acnur, com sede na África do Sul, Buchizya Mseteka. A ONU calcula que 874 mil pessoas já deixaram a Ucrânia por causa da guerra.

Tradicionalmente, a Ucrânia recebe milhares de imigrantes africanos que estudam em cursos universitários de engenharia, medicina e assuntos militares. A União Africana também já manifestou preocupação com indivíduos originários do continente sofrendo discriminação. “Relatos de que africanos são selecionados para tratamento diferente inaceitável são chocantemente racistas e uma violação da lei internacional”, afirmou a organização em nota divulgada na última segunda, 28, e assinada pelo presidente da organização e de Senegal, Macky Sall,  e por Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da União Africana e ex-primeiro ministro do Chade. “Nesse sentido, os presidentes pedem que todos os países respeitem a lei internacional e demonstrem a mesma empatia e apoio para todos aqueles que fogem da guerra, independentemente da sua raça”, diz o documento. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, escreveu em um tuíte que os africanos que buscam refúgio precisam ter oportunidades iguais para retornar a seus países de origem com segurança e que seu país ajudaria a resolver o problema.

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