ONU repudia ataque do Hamas e critica cerco de Israel a Gaza
Organização reiterou o pedido de cessar-fogo imediato, clamou pela libertação dos reféns e ainda lamentou a quantidade de mortos em decorrência do conflito
A ONU (Organização das Nações Unidas) tratou de repudiar os ataques feitos por Hamas contra Israel, nesta segunda-feira, 9. Através de seu secretário-geral, António Guterres, a entidade reiterou o pedido de cessar-fogo imediato, clamou pela libertação dos reféns e ainda lamentou a quantidade de mortos em decorrência do conflito. “Condeno ataques abomináveis do Hamas e de outros grupos contra cidades e vilarejos israelenses na periferia de Gaza, que deixaram mais de 800 israelenses mortos e mais de 2.500 feridos”, disse. “Infelizmente, espera-se que esses números aumentem, pois os ataques estão em andamento e muitas pessoas ainda não foram encontradas”, acrescentou Guterres. Em apenas três dias de conflito, mais de 1600 pessoas morreram, sendo 900 em Israel, 687 na Faixa de Gaza e 16 na Cisjordânia.
Na declaração, o secretário-geral da ONU também criticou o cerco de Israel a Gaza – mais cedo, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ordenou o corte no abastecimento de água, luz, comida e gás na região. “Eu reconheço o sofrimento legítimo do povo palestino, mas nada disso justifica os atos de terror e mortes de civis [em Israel]. Por conta dos eventos sem precedentes, Israel atacou por ar a Faixa de Gaza, e estou profundamente alarmado pelos relatos de 500 palestinos, incluindo crianças e mulheres, mortos em Gaza. Esse número aumenta a cada minuto, enquanto Israel continua a oprimir [a região]. Relembro Israel que os ataques devem ser coordenados com a lei militar internacional”, completou Guterres, lembrando também que mísseis israelenses “atingiram instalações de saúde dentro de Gaza, bem como torres residenciais de vários andares e uma mesquita”. “Duas escolas que abrigavam famílias desabrigadas em Gaza também foram atingidas”.
Nesta segunda-feira, 9, Moussa Abu Marzouk, integrante de alta patente do Hamas, afirmou estar aberto a discutir um cessar-fogo com Benjamin Netanyahu, alegando ter “alcançado seus objetivos”. A informação foi divulgada momentos depois do Hamas ameaçar matar os reféns capturados caso os israelenses não parem os bombardeios contra a Faixa de Gaza. Mais cedo, entretanto, o governo de Israel não deu sinais de trégua e falou que “a guerra vai mudar o Oriente Médio”. “Sei que passaram por momentos terríveis. O que o Hamas viverá será duro e terrível. Já estamos no meio da batalha e só acabamos de começar”, disse Netanyahu.
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