Papa Francisco critica ‘lógica perdedora da guerra’ em missa na véspera de Natal
Pontífice fala sobre Belém, cidade onde Jesus nasceu, que cancelou as festividades por conta do conflito
O conflito entre Israel e Hamas foi criticado pelo papa Francisco neste domingo, 24, durante a missa do galo, realizada tradicionalemente na véspera de Natal. O pontífice criticou a “lógica perdedora da guerra”, que já deixou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em dados das autoridades israelenses. “E, nesta noite, o nosso coração está em Belém, onde o Príncipe da Paz ainda é rejeitado pela lógica perdedora da guerra, com o estrondo das armas que ainda hoje o impede de encontrar alojamento no mundo”, expressou o pontífice argentino durante a missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano. “Jesus não combate as injustiças do alto e com força, mas debaixo e com amor; não irrompe com um poder sem limites, mas desce até os nossos limites”, emendou. Aproximadamente 6.500 fiéis participaram da missa, segundo o Vaticano, e centenas de outros a acompanharam por meio de telas gigantes instaladas do lado de fora, na Praça de São Pedro.
Por conta do conflito, Belém não realizará a tracional clebração do Natal. A Praça da Manjedoura, que costuma ser decorada com luzes e uma árvore de Natal, está vazia. Essa decisão de cancelar as festividades tem impacto direto na economia local, uma vez que o turismo é responsável por cerca de 70% da receita da cidade. Como resultado, muitos hotéis tiveram que fechar suas portas e as lojas de presentes estão com poucos visitantes. Em vez da tradicional marcha musical, os jovens escoteiros permaneceram em silêncio, segurando bandeiras, enquanto os estudantes desfraldaram uma enorme bandeira palestina. A guerra já resultou na morte de mais de 20 mil palestinos e deixou mais de 50 mil feridos, principalmente durante a ofensiva israelense em Gaza. Além disso, a vida na Cisjordânia também foi afetada, com dificuldades de acesso a Belém e outras cidades palestinas. O conflito começou no dia 7 de outubro, quando o Hamas atacou Israel de surpresa. O grupo assumiu a autoria do ataque.
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