Papa Francisco espera morrer em Roma: ‘Não volto para a Argentina’

A entrevista, feita em fevereiro de 2019, foi divulgada neste sábado, 27, pelo jornal ‘La Nación’; o pontífice, no entanto, não explica os motivos da recusa

  • Por Jovem Pan
  • 28/02/2021 08h00 - Atualizado em 28/02/2021 08h06
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EFE/EPA/VATICAN MEDIA Papa Francisco acenando Papa Francisco

O Papa Francisco disse que espera morrer em Roma, capital da Itália. A declaração do pontífice foi feita durante uma entrevista em 16 de fevereiro de 2019, mas teve seu conteúdo divulgado pelo jornal argentino “La Nación” apenas neste sábado, 27. Durante a conversa, o Papa falou sobre temer a morte e descartou possível retorno para a Argentina, seu país de origem. “Sendo papa, seja em exercício ou emérito. E em Roma. Não volto para a Argentina”, disse ao ser questionado sobre como imaginava a sua própria morte.

A publicação, no entanto, não traz explicações ou mais informações sobre o motivo do líder religioso recusar o possível retorno para a terra natal. A conversa aborda temas como saúde e problemas que Francisco teve durante ao longo da vida, como um “quadro pulmonar severo” em 1957 e a ansiedade. “Controlei bastante a minha ansiedade. Quando sou confrontado com uma situação ou um problema que me deixa ansioso, lido com ele. Tenho métodos diferentes, um deles é ouvir Bach. Isso me acalma e me ajuda a analisar os problemas de uma forma melhor. Confesso que ao longo dos anos tenho conseguido colocar uma barreira à entrada da ansiedade no meu espírito. Seria perigoso e prejudicial para mim tomar decisões sob um estado de ansiedade.”

Para o Papa, é importante que uma pessoa “conheça as suas neuroses”, já que elas são companheiras da vida. “É muito importante poder saber onde os ossos estão rangendo. Onde eles estão e quais são os nossos males espirituais. Com o tempo, a pessoa conhece as suas neuroses”, comentou, explicando ainda que estuda psicologia e contando quando recorreu à ajuda de uma psiquiatra durante momentos da ditadura. “Como Provincial dos Jesuítas, durante os terríveis dias da ditadura, quando tive de levar pessoas a se esconderem para tirá-las do país e salvar as suas vidas, tive de lidar com situações com as quais não sabia como lidar. Fui ver uma senhora – uma grande mulher – que tinha me ajudado na leitura de alguns testes psicológicos para as noviças. Depois, durante seis meses, a consultei uma vez por semana.”

*Com EFE

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