Papa lamenta prisões de sacerdotes na Nicarágua: ‘Privados de sua liberdade’
Governo de Daniel Ortega e polícia não se pronunciaram sobre as denúncias de prisões
Uma onda de detenções de sacerdotes católicos na Nicarágua foi tema de tradicional oração do Papa Francisco nesta segunda-feira, 1 de janeiro, na Praça de São Pedro do Vaticano. “Acompanho com profunda preocupação o que está acontecendo na Nicarágua, onde bispos e sacerdotes têm sido privados de sua liberdade. O sacerdote Gustavo Sandino, pároco em Santa María de Pantasma, no departamento de Jinotega, foi detido no último dia de 2023, segundo meios de comunicação que trabalham a partir do exílio na Costa Rica e uma lista da advogada especialista em temas da Igreja, Martha Molina, exilada nos Estados Unidos. As prisões ocorrem em plena tensão entre o governo Ortega e a Igreja Católica, cuja relação se deteriorou durante os protestos antigovernamentais de 2018, que deixaram mais de 300 mortos, centenas de opositores detidos e milhares de exilados.
Esta onda de prisões começou com a detenção do bispo de Siuna (Caribe), Isidoro Mora, em 20 de dezembro, que depois foi seguida pelas de sacerdotes de igrejas e paróquias de Manágua, León (noroeste), Matagalpa (norte), Masaya (sul), além de Jinotega, segundo a lista de Molina, veículos de imprensa e ativistas opositores. “Expresso a eles, a suas famílias e a toda a Igreja do país minha proximidade em oração”, disse o Papa, de 87 anos. “À oração insistente também convido todos vocês aqui presentes e todo o Povo de Deus, enquanto espero que se busque sempre o caminho do diálogo para superar as dificuldades. Rezemos hoje pela Nicarágua”, acrescentou. Nem o governo de Daniel Ortega nem a polícia se pronunciaram sobre as denúncias de prisões. Ortega e sua esposa e vice-presidente, Rosario Murillo, acusaram a Igreja de apoiar os protestos, que consideraram uma tentativa de golpe de Estado patrocinada por Washington.
*Com informações da AFP
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