Para agilizar transporte de vacinas, companhias aéreas pedem revisão de restrições

O transporte aéreo é o único modo de fazer os medicamentos chegarem a mais de 200 países e territórios do mundo

  • Por Jovem Pan
  • 25/12/2020 19h17
FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO Aeroporto de Congonhas Aéreas querem facilitar o transporte dos imunizantes no mundo

As companhias aéreas enfrentam atualmente a maior operação logística da história com o transporte das vacinas contra a Covid-19 para 8 bilhões de pessoas em mais de 200 países e territórios, mas precisam que sejam restabelecidas com urgência as conexões para garantir o sucesso da operação. O vice-presidente regional da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês) para a Europa, Rafael Schvartzman, disse à Agência Efe que a indústria aérea é muito familiariada com o transporte de medicamentos e vacinas. Segundo ele, muitas das restrições aplicadas durante a pandemia “precisam ser revisadas” porque é necessário agilizar o transporte das vacinas da maneira mais eficiente.

O setor conta com protocolos já estabelecidos para manter as temperaturas controladas, não só no transporte aéreo, mas também na logística em terra, os quais se juntam às recomendações da Iata sobre requisitos adicionais e profissionais qualificados necessários. O transporte aéreo é o único modo de fazer os medicamentos chegarem a mais de 200 países e territórios do mundo, frisou Schvartzman, ao acrescentar que nos países industrializados o transporte terrestre pode ser uma alternativa, mas com limitações. Fontes do setor indicam que cerca de 15 bilhões de vacinas serão distribuídas em todo o mundo nos próximos meses, e espera-se que a distribuição entre países seja feita principalmente por via aérea.

As vacinas devem ser mantidas a temperaturas muito baixas: a desenvolvida por Pfizer e BioNTech deve ser congelada (a -70 graus Celsius) e outras terão de ser distribuídas a uma temperatura constante entre 2 e 8 graus positivos. Em escala global, de acordo com dados da DHL, uma das líderes de logística, os fornecedores enfrentam o desafio de estabelecer rapidamente uma cadeia de fornecimento médico para entregar doses da vacina também em regiões com infraestruturas logísticas menos desenvolvidas, onde vivem cerca de 3 bilhões de pessoas. Para fornecer cobertura global durante os próximos dois anos, serão necessários até 200 mil carregadores de paletes, além de cerca de 15 mil voos através de várias configurações da cadeia de fornecimento, segundo a DHL.

Colaboração aérea

A Comissão Europeia espera que em 2021, com a campanha de vacinação contra a Covid-19, o tráfego aéreo recupere 50% dos níveis de 2019, motivo pelo qual obrigou novamente as companhias aéreas a reservarem faixas de horários (slots) para mantê-las no ano que vem. Antes da pandemia, as empresas eram obrigadas a reservar 80% dos seus slots, por isso que durante as primeiras semanas de pandemia algumas delas preferiram voar com aviões praticamente vazios. Para evitar voos fantasmas, Bruxelas suprimiu esta exigência em março e prorrogou a derrogação em outubro. No entanto, com a primeira vacina já aprovada na Europa para comercialização (Pfizer/BioNTech), reviu a decisão e decidiu que as companhias aéreas deveriam recuperar slots.

Nos Estados Unidos, poucas horas após a Administração Federal de Aviação (FAA) ter autorizado a vacina desenvolvida por Pfizer e BioNTech, os gigantes da logística e as companhias aéreas de passageiros começaram a organizar a distribuição em todo o país. United Parcel Service (UPS) e a FedEx são as empresas de transporte que trabalham com o governo dos EUA para distribuir as vacinas, mas regularmente recorrem a voos comerciais quando o envio é alto demais.

*Com informações da EFE

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