Paris: Caricaturas de Maomé motivaram novo atentado a Charlie Hebdo

O autor confesso do crime disse que tinha a intenção de atacar a revista por ter republicado as caricaturas satíricas do profeta

  • Por Jovem Pan
  • 26/09/2020 11h37
EFE/EPA/IAN LANGSDON Além do autor confesso, seis outros homens, também paquistaneses, estão presos para estabelecer se foram cúmplices ou se podem ter estado envolvidos de alguma forma com o atentado

O jovem preso como autor do atentado terrorista ocorrido nesta sexta-feira, 25, em Paris, na França, admitiu em interrogatório que realizou a ação em ataque à revista satírica “Charlie Hebdo“. Ele disse que tinha a intenção de atacar a revista por ter republicado as caricaturas satíricas do profeta Maomé. Fontes da investigação afirmaram à imprensa neste sábado, 26, que o paquistanês confessou ser quem feriu gravemente com uma faca um homem e uma mulher que trabalham no prédio na rua Nicolas Appert, onde estava a redação de “Charlie Hebdo”, quando saíram para fumar.

Horas após o ataque, a revista expressou apoio e solidariedade aos funcionários feridos. “Este trágico episódio mostra mais uma vez que o fanatismo e a intolerância ainda estão tão presentes na sociedade francesa. Estes fatos, longe de nos aterrorizar, deveriam nos tornar ainda mais combativos na defesa de nossos valores”, escreveu o periódico. Além do autor confesso, seis outros homens, também paquistaneses, estão presos para estabelecer se foram cúmplices ou se podem ter estado envolvidos de alguma forma com o atentado. Cinco deles moraram junto com o autor confesso na cidade de Pantin, perto de Paris. O sexto também viveu com ele, mas em uma residência social em Cergy, outra cidade da região.

As caricaturas de Maomé também estiveram na origem do ataque jihadista à redação da “Charlie Hebdo” em janeiro de 2015, no qual 12 pessoas foram mortas, segundo os dois terroristas, os irmãos Chérif e Said Kouachi. Eles foram mortos alguns dias depois pelas forças francesas durante uma perseguição. O julgamento do crime ainda está em andamento. Após o massacre, a sede da revista foi transferida, por razões de segurança, para os escritórios da empresa de produção Premières Lignes, onde trabalham as duas vítimas do ataque realizado nesta sexta.

*Com Agência EFE

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