Pelo menos 25 soldados morrem tentando conter incêndios florestais na Argélia

Ao todo, país teve 42 óbitos registrados desde a última segunda-feira, 9; mais de 100 focos de fogo continuam ativos até o momento

  • Por Jovem Pan
  • 11/08/2021 16h49 - Atualizado em 11/08/2021 17h35
EFE/EPA/STR helicóptero tentando interromper incêndio na argélia Mais de 40 pessoas morreram em incêndio na Argélia

Pelo menos 42 pessoas morreram, entre elas, 25 soldados, e outras 13 ficaram feridas tentando controlar mais de 30 focos de incêndio diferentes que atingem a região de Kabylia, no nordeste da Argélia, desde segunda-feira, 9. “Com grande tristeza e sofrimento ouvi a notícia da morte de 25 membros do Exército Popular Nacional depois que eles conseguiram salvar mais de 100 cidadãos das chamas”, declarou o presidente Abdelmadjid Tebboune através das redes sociais. Em entrevista dada à agência estatal “APS”, o diretor-geral de Florestas, Ali Mahmoudi, revelou que 103 incêndios florestais continuam ativos em 17 das 48 províncias do país. Mais de 600 agentes da Proteção Civil tentam controlar a devastação.

Apesar do período de calor na região, que teve temperaturas em torno dos 47ºC e falta d’água nas últimas semanas, o governo suspeita que o fogo tenha sido iniciado de forma criminosa. O ministro do Interior, Kamel Beldjoud, anunciou que uma delegação de até 140 peritos irá se deslocar no próximo sábado para áreas afetadas com o objetivo de avaliar os danos e perdas causados pelo incêndio. Os ventos fortes e difícil acesso às zonas montanhosas dificultam os esforços de extinção e centenas de habitantes de vários municípios foram evacuados e alojados gratuitamente em hotéis e salões de festas da região. Autoridades tinham se comprometido ainda no começo do verão a comprar aviões-tanque para controlar possíveis focos de incêndio, já que, mesmo com quatro milhões de hectares de florestas, eles não têm nenhuma forma aérea para tentar parar o fogo.

No dia 25 de julho, durante o Conselho de Ministros, Abdelamdjid Tebboune, ordenou a elaboração de projeto de lei para punir os responsáveis por incêndios voluntários em áreas florestais com penas de 30 anos de prisão e até prisão perpétua em caso de morte. Os incêndios são muito frequentes a cada verão nesta parte do norte do país, devastando até 44 mil hectares de florestas só no ano passado. Por causa disso, o governo lançou um plano nacional de reflorestamento que deve levar 43 milhões de árvores à região até 2022. Até o momento, 50% delas foram plantadas. Os incêndios no país do norte africano ocorrem no mesmo momento em que nações da Europa também registram devastação ambiental por causa do fogo. Na Rússia, mais de quatro milhões de hectares foram queimados até esta terça e na Grécia um bombeiro voluntário morreu enquanto tentava controlar o fogo. Na Itália, equipes da Sicília estão em alerta para possíveis incêndios em áreas de mata durante recordes de calor que aproximam as temperaturas dos 50ºC.

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