Piñera faz novas concessões e promete ‘plano de normalização’ para o Chile

  • Por Jovem Pan
  • 24/10/2019 20h44
EFE/ Elvis González Nesta quinta-feira, o presidente também decidiu congelar o preço da tarifa de energia elétrica

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou nesta quinta-feira (24) novas medidas para conter os protestos no país, que completaram uma semana. Entre elas, estão o relaxamento do toque de recolher em Santiago, o congelamento da tarifa de energia elétrica e um convite à Alta-Comissária para Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachellet, visitar o país e analisar possíveis violações ocorridas na repressão.

Bachelet, que foi presidente do Chile antes de Piñera e pertencia à oposição, aceitou o convite e mandou uma equipe ao país natal nesta tarde. “Estou muito preocupada e triste de ver violência e morte no Chile”, disse. “Peço ao governo que trabalhe com todos os setores para encontrar soluções e aos manifestantes que protestem pacificamente.”

Ainda de acordo com ela, a missão foi enviada depois de um monitoramento feito pela ONU e do convite de Piñera. Ao menos 18 pessoas morreram, entre elas uma criança, desde o começo dos protestos no dia 18. Mais de 6 mil pessoas foram presas.

As manifestações, no entanto, têm perdido força e se tornado menos violentas. Balanço do governo divulgado hoje indica que na quarta-feira não houve mortes e 735 pessoas foram presas. No dia anterior, esse número foi de 979.

Em pronunciamento, Piñera prometeu um plano de normalização e afirmou que pretende que a situação se acalme nos próximos dias. “A intenção é avançar com prudência e terminar com os toques de recolher e retirar o estado de emergência.”

Pacote de medidas

Os tumultos começaram na semana passada quando o governo anunciou um aumento equivalente a R$ 0,17 na tarifa do metrô de Santiago. Nos dias que se seguiram, os protestos evoluíram para queixas contra o sistema previdenciário, a jornada de trabalho e o alto custo de vida.

Para contornar a situação, Piñera cedeu e anunciou a criação de um sistema de renda universal de cerca de R$ 2 mil, o aumento do benefício para idosos e melhores condições para a compra de medicamentos.

Nesta quinta-feira, o presidente também decidiu congelar o preço da tarifa de energia elétrica e revogou um aumento de 9,2% anunciado recentemente.

Piñera admitiu que a série de medidas anunciadas não resolverão o grave problema de desigualdade social existente hoje no Chile, mas avaliou que os rumos que pretende tomar após a onda de protestos são adequados.

“Sabemos que é um alívio importante que melhorará a qualidade de vida da população, mas isso vai requerer um esforço enorme do Estado, com redistribuição orçamentária e alguns sacrifícios”, acrescentou.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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