Prefeito de Mariupol teme catástrofe humanitária e diz que cidade deve ser completamente evacuada

Segundo Vadym Boichenko, as tropas russas não permitiram corredores humanitários para a evacuação segura dos civis: ‘Estão jogando conosco’

  • Por Jovem Pan
  • 28/03/2022 06h21 - Atualizado em 28/03/2022 09h11
Reprodução / Twitter @CarlosS08594935 Mariupol Embora Mariupol tenha sido alvo de inúmeros bombardeios por parte do exército de Moscou, o Kremlin nega ataques a civis

A cidade de Mariupol está à beira de uma catástrofe humanitária e deve ser completamente evacuada. A afirmação foi feita pelo prefeito do município portuário, localizado no sul da Ucrânia, nesta segunda-feira, 28. Segundo Vadym Boichenko, cerca de 160 mil civis ficaram presos na cidade sem energia elétrica. “Aquelas pessoas que permaneceram na cidade, em nossa querida e heroica Mariupol, estão à beira de uma catástrofe humanitária. Desde 1º de março, a cidade está sitiada. Cerca de 160.000 pessoas, segundo nossas estimativas, estão em Mariupol bloqueada, onde é impossível viver hoje porque não há nada: sem água, sem luz, sem calor, sem comunicação. Nossa principal missão hoje é fazer o que temos que fazer. Precisamos de uma evacuação completa de Mariupol”, afirmou Boichenko. A expectativa era que 26 ônibus fizessem a evacuação de parte da população, situação que vem se repetindo nas últimas semanas. No entanto, de acordo com relato da administração municipal, as tropas militares da Rússia não concordaram em dar uma passagem segura para a saída dos civis.

“A Federação Russa está jogando conosco”, disse o prefeito. De acordo com balanço citado por Vadym Boichenko no domingo, de 20 mil a 30 mil moradores de Mariupol foram enviados à força para a Rússia. Além disso, ele cita que cerca de 60 mil pessoas evacuaram a cidade pelos corredores humanitários. A estimativa é que 50% da população local, que chegava a cerca de 500 mil pessoas, deixaram o município desde 24 de fevereiro. Embora Mariupol tenha sido alvo de inúmeros bombardeios por parte do exército de Moscou, o Kremlin nega ataques a civis e culpa a própria Ucrânia pelas dificuldades para acordo de cessar-fogo entre as nações vizinhas. A expectativa é que uma nova reunião entre as delegações aconteça nesta segunda-feira e o presidente Volodymyr Zelensky está preparada para “discutir a neutralidade” e renunciar sua entrada à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Veja abaixo o cenário atual em Mariupol:

*Com Reuters

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.