Presidente da Câmara do Canadá renuncia após homenagem a ex-soldado nazista
Segundo Anthony Rota, renúncia entrará em vigor nesta quarta-feira, 27; parlamentar assumiu responsabilidade pelo episódio, livrando outros membros do partido de culpa
O presidente da Câmara dos Comuns do Canadá, Anthony Rota, renunciou ao posto nesta terça-feira, 26, após ser criticado por elogiar publicamente um ex-soldado nazista no Parlamento. Rota afirmou aos colegas que cometeu um erro ao convidar o ex-soldado Yaroslav Hunka, 98, para participar na sessão da Casa em homenagem ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na última sexta-feira, 22. Na ocasião, Rota chamou Hunka de herói. A posição se tornou insustentável após a descoberta de que Hunka atuou em uma das unidades Waffen SS da Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial. “Esse reconhecimento público causou dor a indivíduos e comunidades, incluindo a comunidade judaica no Canadá e em todo o mundo… Aceito total responsabilidade pelas minhas ações”, afirmou Rota. O parlamentar disse ainda que sua renúncia entrará em vigor na quarta-feira, 27, e que um vice-presidente assumirá o cargo.
O governo da Rússia classificou o episódio como ultrajante. No entanto, o fato contribuiu para reforçar a narrativa adotada por Vladimir Putin de que o envio das tropas à Ucrânia seria para “desmilitarizar e desnazificar” o país, acusação essa que Kiev e os aliados dizem ser infundada. A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, disse anteriomente que Rota deveria renunciar, enquanto o primeiro-ministro Justin Trudeau pediu para refletir sobre o futuro. Os partidos da oposição tenham atribuído culpa ao que chamaram de falhas do governo liberal de Trudeau pelo caso, Rota assumiu todda a responsabilidade pelo episódio.
*Com informações da Reuters
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