Presidente de El Salvador passa a controlar todos os poderes depois de destituir juízes

Os funcionários foram substituídos por outros alinhados a Nayib Bukele, que foi criticado por ONGs de direitos humanos e está sendo observado pela ONU

  • Por Jovem Pan
  • 04/05/2021 11h15 - Atualizado em 04/05/2021 17h04
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EFE/Rodrigo Sura Manifestantes protestam contra destituição de juízes em El Salvador Manifestantes seguram cartazes que insinuam que o presidente Nayib Bukele está causando a morte da democracia em El Salvador

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, possui o controle de todos os poderes do país desde sábado, 1º, quando a Assembleia Nacional controlada por seu partido destituiu o procurador-geral Raúl Melara e cinco juízes do Supremo Tribunal de Justiça.  A principal justificativa é que esses funcionários estavam atrapalhando a estratégia do governo para conter a pandemia do novo coronavírus ao decidir que o Executivo não tinha autoridade para prender quem desrespeitasse a quarentena. Eles foram substituídos por outros funcionários alinhados ao chefe de Estado, cujo partido conservador Novas Ideias teve uma vitória esmagadora nas eleições parlamentares em março. Considerado um líder carismático e informal, o presidente Nayib Bukele é o mais jovem que o país já teve com seus 39 anos e costuma utilizar as redes sociais como um canal direto com seus apoiadores.

No entanto, o seu comportamento está sendo condenado pela Human Rights Watch, cujo diretor para as Américas, José Miguel Vivanco, comentou: “Bukele ataca o Estado de Direito para concentrar todo o poder em suas mãos”.  O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, pediu respeito às disposições constitucionais e à separação de poderes, “a fim de preservar o progresso democrático alcançado pelo povo salvadorenho desde a assinatura do acordo de paz” de 1992. O secretário de Estado do governo norte-americano, Anthony Blinken, expressou “séria preocupação” com as destituições e mencionou que o procurador-geral Raúl Melara era um parceiro de Washington D.C. na luta contra a corrupção. A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, também se posicionou escrevendo em seu perfil no Twitter que “um poder judiciário independente é fundamental para uma democracia saudável e uma economia forte”.

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