Presidente interina da Bolívia diz que anunciará novas eleições em breve
A autoproclamada presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, anunciou, neste domingo (17), que, em breve, convocará de novas eleições. Sem definir data, ela disse que seu governo está ciente da urgência de realização de um novo pleito no país.
“Informamos que em breve daremos notícias sobre a convocação de eleições transparentes e a recuperação da credibilidade democrática de nosso país”, afirmou Áñez.
Os presidentes da Câmara e do Senado convocaram sessão para esta terça-feira (19), no intuito de dar início ao processo eleitoral. Existe a possibilidade de convocação de eleições por decreto, caso as negociações no legislativo não avancem.
Há, ainda, uma tentativa de diálogo no país, inclusive com o apoio da União Europeia, mas ainda sem resultados concretos. Prosseguem os conflitos nas ruas entre os apoiadores de Evo Morales e os opositores do ex-presidente.
Enquanto Morales acusa o atual governo de cometer crimes contra a humanidade, Áñez afirma que ele está incentivando o ódio. Se o presidente Morales [quer] voltar [à Bolívia], que volte, mas ele sabe também que terá que responder à Justiça. Vamos exigir que a justiça boliviana faça seu trabalho, não faça uma perseguição política, pois isso é o que viemos sofrendo nos últimos 14 anos, a judicialização da política ou a politização da justiça”, afirmou.
Morales afirmou, nesta segunda-feira (18), no Twitter, que o atual governo instalou uma ditadura. “Em vez de pacificação, ordenam difamação e repressão contra os irmãos do campo que denunciam o golpe de estado. Após o massacre de 24 indígenas, eles agora preparam um Estado de Sítio. Seria a confirmação de que, pedindo democracia, eles instalaram uma ditadura”, disse.
Diálogo
O representante da União Europeia na Bolívia, León de la Torre, afirmou em encontro que teve ontem (17) com Áñez, que a UE está disposta a apoiar a realização de novas eleições, inclusive com o envio de observadores para garantir a transparência do processo. Além disso, ele alertou que “cada morte dificulta a paz”.
“Cada morte é uma desgraça, complica as coisas, é preciso ser claro. É por isso que fizemos um chamado desde Bruxelas pedindo a todos para que não exerçam a violência, [e sim] o debate democrático, com troca de ideias”, afirmou De la Torre.
*Com informações da Agência Brasil
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