Primeiro foguete impresso em 3D decola com sucesso, mas não entra em órbita 

O Terran 1 é o maior produto já feito no mundo por equipamento que transforma arquivo digital em peça física; anomalia durante a separação do segundo estágio foi responsável pela falha na missão

  • Por Jovem Pan
  • 23/03/2023 11h52 - Atualizado em 23/03/2023 12h56
RELATIVITY SPACE / AFP foguete 3d Primeiro foguete impresso em 3D decola com sucesso mas não consegue entrar em órbita

Após três tentativas, o Terran 1, primeiro foguete impresso em 3D do mundo, decolou com sucesso na quarta-feira, 22, mas não conseguiu entrar em órbita devido a uma “anomalia” após o lançamento, o que representou um passo a mais para a empresa responsável pela construção da aeronave. Embora não tenha conseguido atingir todo o objetivo, o lançamento demonstrou que o foguete não tripulado pode suportar os rigores da decolagem. O Terran 1 decolou de Cabo Canaveral, Flórida, às 23h25 locais (0h25 de Brasília), mas sofreu uma “anomalia” durante a separação do segundo estágio, quando seguia para órbita baixa da Terra, de acordo com a transmissão ao vivo. A Relativity Space, uma start-up com sede na Califórnia que fabricou produto, não divulgou mais detalhes. O veículo não transportava carga útil em seu primeiro voo, mas eventualmente será capaz de colocar até 1.250 quilos na órbita baixa da Terra.

Financiado com recursos privados, o foguete tem 33,5 metros de altura, 2,2 metros de diâmetro e 85% de sua massa é impressa em 3D com ligas metálicas, incluindo os nove motores Aeon 1 no primeiro estágio e o motor Aeon Vacuum no segundo estágio. Esse é o maior objeto impresso em 3D já visto. A Relativity tem como objetivo produzir um foguete 95% impresso em 3D. A empresa está projetando uma máquina espacial maior, a Terran R, capaz de colocar uma carga útil de 20 mil kg na órbita baixa da Terra. O primeiro lançamento de um Terran R, projetado para ser totalmente reutilizável, está programado para 2024. A empresa afirmou que seus foguetes usam cem vezes menos peças do que os tradicionais e podem ser montados a partir de matérias-primas em apenas 60 dias. A Relativity já assinou contratos de lançamento comercial no valor de cerca de US$ 1,65 bilhão, principalmente para o Terran R, de acordo com o CEO e cofundador da empresa, Tim Ellis.

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